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Bailes funk pós-UPP têm polícia na porta
Festa também tem horário para terminar, às 3h, mas quadra ficou lotada só às 2h
FÁBIO GRELLET
DO RIO
Os trajes sensuais e o gingado das popozudas continuam o mesmo, as músicas
mudaram pouco, mas a presença policial tornou-se ostensiva e a festa não pôde
passar das 3h.
Também não havia nenhum sinal de uso de drogas
ilegais no primeiro baile funk
"oficial" em uma comunidade com a presença da UPP
(Unidade de Polícia Pacificadora), na ladeira dos Tabajaras, em Copacabana (zona
sul do Rio), anteontem.
Em todas as 12 comunidades que ganharam UPPs,
desde 2008, os bailes funk foram suspensos, porque eram
considerados ambientes de
apologia ao tráfico.
Para impedir que os eventos fossem realizados, a polícia recorria a normas administrativas que exigem autorização prévia da PM para
realizar festas abertas ao público. A ideia é que eles voltem a acontecer, mas com regras mais definidas.
"Convidamos os moradores para uma reunião que
atraiu 60 pessoas, há dez
dias, e perguntamos se queriam a volta dos bailes. Os
poucos que foram contrários
reclamaram do barulho",
contou o capitão Renato Senna, comandante da UPP da
ladeira dos Tabajaras.
"Definimos regras: não pode ter música com apologia
ao crime, o volume deve ser
moderado e a festa vai das
22h às 3h. A comunidade
também precisa de lazer, e
quem vier aqui só para se divertir será muito bem-vindo", disse Senna.
O comandante reforçou o
policiamento na comunidade durante o baile. "Normalmente seriam 40 homens, eu
chamei 45", disse.
Os policiais se distribuíram entre os acessos ao bairro e a porta da quadra da escola de samba onde a festa
ocorreu. Só o próprio comandante e assessores diretos entraram na quadra.
"Estamos cercados, mas
neste caso é bom", elogiou a
faxineira Fernanda Leite, 28.
Meia hora após o início da
música, a iniciativa parecia
naufragar: havia menos de
dez pessoas no ambiente. Por
volta de 0h30, porém, o público começou a chegar. Homens pagavam R$ 8 e mulheres entravam de graça.
Às 2h a quadra estava lotada -500 pessoas, segundo a
PM, ou 3.000, conforme informou um dos organizadores. Uma hora depois, porém,
o baile já chegava ao fim.
"É muito cedo, vou para a
Mangueira", anunciou o auxiliar de serviços gerais Pedro Milito, 29, antes de ouvir
que, a partir da próxima semana, o baile irá até as 4h.
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