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Violência cresceu, dizem artistas que vivem no bairro
DA SUCURSAL DO RIO
A bala perdida que matou
no Leblon uma personagem
de "Mulheres Apaixonadas", em agosto de 2003, gerou críticas ao autor da novela, Manoel Carlos. As imagens exibidas ontem e os
acontecimentos recentes
mostram que ele, que mora
no bairro, não estava exagerando quando criou a cena.
"As imagens chocam, mas
essas coisas têm acontecido
com freqüência no Leblon.
A violência cresceu muito. O
bairro está longe de ser uma
ilha de fantasia. Aqui pode
ser um lugar mais seguro,
mas não é seguro. Se em outros bairros há dois tiroteios
por semana, aqui tem um",
diz Manoel Carlos, 71.
O escritor, que já viveu um
período em Nova York por
causa da violência no Rio,
passará um ano em Portugal. A viagem será em breve.
A atriz Giulia Gam diz que,
se não tivesse razões pessoais para ficar no Rio, deixaria o Leblon e voltaria para
São Paulo. Para ela, o problema do bairro se insere no
quadro geral da cidade.
"O Leblon parecia protegido por não ter um morro
por perto, mas a cidade toda
vive uma situação de guerra
não-declarada. É um estado
de calamidade. E eu não vejo
nenhuma predisposição do
governo estadual em resolver o problema", diz a atriz.
O dramaturgo Alcione
Araújo, 54, "morador fanático [do Leblon]", diz que ficou muito "impactado pelas
imagens daquele enxame
atacando turistas indefesos".
Para ele, o aumento da violência no bairro é recente.
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