São Paulo, quinta-feira, 30 de setembro de 2004

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Violência cresceu, dizem artistas que vivem no bairro

DA SUCURSAL DO RIO

A bala perdida que matou no Leblon uma personagem de "Mulheres Apaixonadas", em agosto de 2003, gerou críticas ao autor da novela, Manoel Carlos. As imagens exibidas ontem e os acontecimentos recentes mostram que ele, que mora no bairro, não estava exagerando quando criou a cena.
"As imagens chocam, mas essas coisas têm acontecido com freqüência no Leblon. A violência cresceu muito. O bairro está longe de ser uma ilha de fantasia. Aqui pode ser um lugar mais seguro, mas não é seguro. Se em outros bairros há dois tiroteios por semana, aqui tem um", diz Manoel Carlos, 71.
O escritor, que já viveu um período em Nova York por causa da violência no Rio, passará um ano em Portugal. A viagem será em breve.
A atriz Giulia Gam diz que, se não tivesse razões pessoais para ficar no Rio, deixaria o Leblon e voltaria para São Paulo. Para ela, o problema do bairro se insere no quadro geral da cidade.
"O Leblon parecia protegido por não ter um morro por perto, mas a cidade toda vive uma situação de guerra não-declarada. É um estado de calamidade. E eu não vejo nenhuma predisposição do governo estadual em resolver o problema", diz a atriz.
O dramaturgo Alcione Araújo, 54, "morador fanático [do Leblon]", diz que ficou muito "impactado pelas imagens daquele enxame atacando turistas indefesos". Para ele, o aumento da violência no bairro é recente.


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