São Paulo, sábado, 30 de setembro de 2006

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Desesperados, parentes lotam aeroporto em Brasília

Cerca de 300 pessoas, incluindo amigos dos passageiros, buscavam informações

Algumas pessoas no local reclamavam da demora da Infraero em anunciar notícias sobre o desaparecimento do avião

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA SUCURSAL DO RIO
DA REPORTAGEM LOCAL

Cerca de 300 pessoas, entre amigos e parentes dos passageiros do vôo da Gol, foram até o aeroporto de Brasília em buscas de informações sobre os desaparecidos. No início da noite, foram levados pela companhia e pela Infraero para um prédio anexo ao aeroporto para aguardar notícias sobre as buscas.
Alguns, mais nervosos, reclamavam da demora da Infraero em anunciar notícias sobre as buscas, dizendo que, até pouco antes das 19h, os terminais do aeroporto ainda confirmavam a chegada iminente do vôo que vinha de Manaus.
Parentes de passageiros chegaram a chorar, após serem informados de que o avião estava desaparecido. Pelo menos uma pessoa passou mal e foi atendida no ambulatório médico do aeroporto.
Por volta das 22h, um funcionário da Infraero reuniu as pessoas presentes para ler a nota que, pouco antes, havia sido distribuída para a imprensa, informando o horário do desaparecimento da aeronave da Gol e que as buscas estavam sendo conduzidas por cinco aviões da Força Aérea.
Até as 23h10, nenhuma outra informação havia sido liberada para familiares e parentes. A Gol forneceu lanches e bebidas para aqueles que aguardavam.
No aeroporto internacional do Rio de Janeiro, destino do avião da Gol que partiu de Manaus, a primeira pessoa a procurar informações foi Carlos Henrique Mores de Sousa, 43. A mulher dele, Maria Auxiliadora, deveria estar no vôo. Ele tinha viajado para Manaus no começo da semana para comparecer ao enterro da mãe. Sousa não tinha recebido nenhuma informação a respeito da presença da mulher pelo menos até as 22h35.
No aeroporto de Congonhas uma funcionária da Gol chorava enquanto falava ao celular. Ela não quis se identificar, mas dizia que dois amigos delas estavam no vôo e suspeitava que houvesse um terceiro. Este último seria o instrutor dela. Aparentava desespero e pedia que a deixassem em paz.
Quem procurava a Gol era levado para uma área interna da companhia, mas não recebia nenhuma informação a respeito do vôo. No saguão do aeroporto, as pessoas acompanhavam fixamente o noticiário e conversavam sobre o acidente.
O empresário Claudio Blini, 36, procurava informações sobre uma tia que estava em Belém do Pará. Ele imaginava que o vôo da Gol tivesse feito escala naquela cidade.
A mulher dele, Renata, ficou durante todo o tempo tentando contatar a tia e só conseguiu cerca de uma hora e meia depois, quando eram quase 22h30. "A Gol não nos dá informação nenhuma. Eu não sei em que vôo minha tia está", disse Blini, antes de receber a notícia de que ela estava bem.


NA INTERNET - Leia mais sobre o desaparecimento do avião www.folha.com.br


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