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Desesperados, parentes lotam aeroporto em Brasília
Cerca de 300 pessoas, incluindo amigos dos passageiros, buscavam informações
Algumas pessoas no local reclamavam da demora da Infraero em anunciar notícias sobre o desaparecimento do avião
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA SUCURSAL DO RIO
DA REPORTAGEM LOCAL
Cerca de 300 pessoas, entre
amigos e parentes dos passageiros do vôo da Gol, foram até
o aeroporto de Brasília em buscas de informações sobre os desaparecidos. No início da noite,
foram levados pela companhia
e pela Infraero para um prédio
anexo ao aeroporto para aguardar notícias sobre as buscas.
Alguns, mais nervosos, reclamavam da demora da Infraero
em anunciar notícias sobre as
buscas, dizendo que, até pouco
antes das 19h, os terminais do
aeroporto ainda confirmavam
a chegada iminente do vôo que
vinha de Manaus.
Parentes de passageiros chegaram a chorar, após serem informados de que o avião estava
desaparecido. Pelo menos uma
pessoa passou mal e foi atendida no ambulatório médico do
aeroporto.
Por volta das 22h, um funcionário da Infraero reuniu as pessoas presentes para ler a nota
que, pouco antes, havia sido
distribuída para a imprensa, informando o horário do desaparecimento da aeronave da Gol e
que as buscas estavam sendo
conduzidas por cinco aviões da
Força Aérea.
Até as 23h10, nenhuma outra
informação havia sido liberada
para familiares e parentes. A
Gol forneceu lanches e bebidas
para aqueles que aguardavam.
No aeroporto internacional
do Rio de Janeiro, destino do
avião da Gol que partiu de Manaus, a primeira pessoa a procurar informações foi Carlos
Henrique Mores de Sousa, 43.
A mulher dele, Maria Auxiliadora, deveria estar no vôo. Ele
tinha viajado para Manaus no
começo da semana para comparecer ao enterro da mãe.
Sousa não tinha recebido nenhuma informação a respeito
da presença da mulher pelo
menos até as 22h35.
No aeroporto de Congonhas
uma funcionária da Gol chorava enquanto falava ao celular.
Ela não quis se identificar, mas
dizia que dois amigos delas estavam no vôo e suspeitava que
houvesse um terceiro. Este último seria o instrutor dela.
Aparentava desespero e pedia
que a deixassem em paz.
Quem procurava a Gol era levado para uma área interna da
companhia, mas não recebia
nenhuma informação a respeito do vôo. No saguão do aeroporto, as pessoas acompanhavam fixamente o noticiário e
conversavam sobre o acidente.
O empresário Claudio Blini,
36, procurava informações sobre uma tia que estava em Belém do Pará. Ele imaginava que
o vôo da Gol tivesse feito escala
naquela cidade.
A mulher dele, Renata, ficou
durante todo o tempo tentando
contatar a tia e só conseguiu
cerca de uma hora e meia depois, quando eram quase
22h30. "A Gol não nos dá informação nenhuma. Eu não sei em
que vôo minha tia está", disse
Blini, antes de receber a notícia
de que ela estava bem.
NA INTERNET - Leia mais sobre o desaparecimento do avião www.folha.com.br
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