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Conselho reprova projeto de novo prédio do TJ em SP
A recusa ao projeto do edifício ocorreu, principalmente, pela ausência de Relatório de Impacto de Vizinhança
Construção poderia afetar bens tombados na área envoltória do futuro edifício, entre os quais a Catedral da Sé e uma capela
RICARDO GALLO
DA REPORTAGEM LOCAL
O Condephaat (conselho estadual de defesa do patrimônio
histórico) reprovou o projeto
do novo prédio do Tribunal de
Justiça, arranha-céus a ser
construído em área de 145 mil
m2 na Sé (centro de São Paulo).
A rejeição, dada no último
dia 11, impede, ao menos de
modo temporário, o início das
obras. A previsão original do TJ
era começar a construção neste
ano e terminá-las em 2008. O
edifício, de 25 andares, deve
custar R$ 220 milhões.
A CPOS (Companhia Paulista de Obras e Serviços), responsável pela elaboração do projeto do prédio, informou que
atenderá às exigências do Condephaat e submeterá a proposta novamente ao conselho (leia
texto nesta página). Não há data para nova apreciação pelo
Condephaat.
A recusa ao projeto ocorreu,
principalmente, pela ausência
de um Relatório de Impacto de
Vizinhança (RIVI), para identificar as conseqüências da construção do edifício, antes de a
obra sair do papel. A CPOS sustentou, em ofício enviado ao
conselho em junho, que a legislação não a obriga a elaborar o
RIVI -a empresa disse, porém,
que irá fazê-lo em alguma etapa do empreendimento.
Para o Condephaat, entretanto, a excepcionalidade da
obra, "provavelmente o maior
edifício público do Estado de
São Paulo", com movimento
estimado em 30 mil pessoas,
justifica a execução do relatório de impacto de vizinhança.
"A não utilização de instrumentos como o RIVI nesta fase
de pré-projeto obrigará o Estado a realizar tarefas semelhantes, de modo repetitivo, desperdiçando recursos públicos,
o que não me parece boa prática de gestão", anotou o relator
do processo, o arquiteto Lúcio
Gomes Machado, representante da Faculdade de Arquitetura
e Urbanismo e autor de parecer
de 6 de setembro, que subsidia
a decisão do Condephaat.
Para justificar o estudo prévio, Gomes Machado aponta a
existência de cinco bens tombados na área envoltória do futuro edifício, entre os quais a
Catedral da Sé. É a capela do
Menino Jesus e Santa Luzia,
contudo, a que desperta no
conselho a maior preocupação.
Construída em 1901, a capela
será prejudicada pela altura do
prédio do Tribunal de Justiça
-"o que causará a descaracterização do bem tombado", diz.
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