|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Juiz é preso suspeito de tramar atentado
No dia 19, foram disparados mais de dez tiros contra a casa do diretor do fórum da Justiça Federal em Umuarama
O juiz Jail Benites de Azambuja, da 2ª Vara da Justiça Federal no município, é suspeito também de ter forjado atentado contra si
JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA
Um juiz federal de Umuarama (580 km de Curitiba) foi
preso no sábado sob suspeita de
envolvimento em atentado
contra outro magistrado federal da cidade. Jail Benites de
Azambuja, da 2ª Vara da Justiça Federal no município, teve a
prisão temporária decretada
pelo TRF-4 (Tribunal Regional
Federal da 4ª Região). É suspeito de participação no atentado,
no dia 19, contra seu colega
Luiz Carlos Canalli, diretor do
fórum da Justiça Federal.
Além de ser investigado pelo
atentado contra Canalli, quando mais de dez tiros foram disparados contra a casa do juiz,
Azambuja é suspeito de ter forjado um atentado contra si, em
fevereiro, quando disparos
atingiram seu carro. A defesa
negou ontem as suspeitas (leia
abaixo). As investigações correm em segredo de Justiça.
Segundo a Folha apurou, o
juiz e três policiais militares do
Paraná são investigados por
suspeita de participação em
um esquema de contrabando.
O juiz é suspeito de agir no arquivamento de processos contra acusados na Justiça Federal
de Umuarama. O falso atentado contra si seria uma tentativa
de desviar a atenção de investigações sobre sua atuação.
A criação há dois anos, pela
Receita Federal, de um sistema
mais rígido de fiscalização em
Foz do Iguaçu (PR), na fronteira com o Paraguai, provocou
um deslocamento do crime organizado para a região de Guaíra e Umuarama.
Os três policiais -um cabo,
um tenente e um tenente da
Polícia Rodoviária Estadual-
sofrem processo de expulsão
da corporação. A Polícia Federal também apura eventual
participação deles nos atentados.Em março, após suposto
atentado que atingiu seu carro,
Azambuja decretou a prisão de
47 pessoas, suspeitas de integrar esquema de contrabando.
As prisões foram revogadas
uma semana depois, e o juiz
passou a ser alvo de investigação interna do TRF-4.
Azambuja também foi removido da Justiça Federal em
Umuarama e proibido de ingressar no prédio da instituição. A Corregedoria do TRF vai
analisar os processos criminais
arquivados pelo magistrado.
A reportagem também apurou que o atentado contra o
juiz Canalli seria uma tentativa
de Azambuja de evitar sua remoção de Umuarama. Sistemas de vigilância eletrônica em
casas de vizinhos de Canalli
mostraram um carro de Azambuja passando próximo ao local
no momento do atentado. Canalli não fala sobre o episódio.
Texto Anterior: Segurança: Governo cria tropa de elite para área violenta Próximo Texto: Outro lado: Defesa nega ligação de magistrado Índice
|