São Paulo, quinta-feira, 30 de setembro de 2010

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Garoto morre com tiro na sala de aula

Estudante, de 9 anos, tinha sinal de pólvora na camiseta; polícia trabalha com a hipótese de colega ter atirado

Menino foi achado caído no chão após barulho similar ao de bombinha ter chamado a atenção de alunos e professores

Alessandro Shinoda/Folhapress
Familiares de Miguel Cestari Ricci dos Santos em frente ao Hospital Family, em Taboão da Serra; o menino levou um tiro na escola e morreu no hospital

ROGÉRIO PAGNAN
LETICIA DE CASTRO
DE SÃO PAULO

Um garoto de nove anos morreu ontem após ser baleado dentro da sala de aula, na Escola Adventista de Embu das Artes, uma instituição particular.
A polícia trabalha com a hipótese de outro estudante ter atirado em Miguel Cestari Ricci dos Santos, que tinha sinal de pólvora na camiseta. A polícia também vai investigar se o tiro foi acidental.
O fato aconteceu de manhã, enquanto os alunos faziam uma atividade fora da sala de aula.
Quando Miguel voltou para a sala, para pegar seu material, um barulho, que parecia bombinha ou fogos de artifício, chamou a atenção de alunos e professores que estavam afastados do local.
O garoto foi encontrado caído no chão e levado em um carro particular, por funcionários da escola, até o hospital Family, em Taboão da Serra, localizado a cerca de 25 km da escola.
Ele chegou às 11h50 e foi encaminhado para cirurgia, mas teve uma parada cardíaca logo no início do procedimento. A equipe médica ainda tentou reanimá-lo por cerca de uma hora.
"Ele apresentava rebaixamento do nível de consciência e falava pouco", disse o diretor do hospital, Marcos David.
De acordo com David, o tiro atingiu o lado esquerdo do abdomen e se alojou próximo aos rins. Quando foi atendido, Miguel sofria uma hemorragia e tinha grande quantidade de sangue coagulado na região abdominal.
Segundo Danielle Pacios Cestari, 34, tia de Miguel, o garoto, agora na quarta série, estava na escola desde o pré e tinha bom relacionamento com os alunos. "Estou em choque. Ele era uma criança alegre, brincalhona", disse.
Segundo ela, algumas crianças teriam visto o revólver na sala e avisado aos professores. Em nota, a escola informou apenas que "está procurando dar toda atenção e apoio à família" e que está "colaborando em todos os sentidos com autoridades".
De acordo com Danielle, o fato de a escola, cuja mensalidade estava em torno de R$ 700, ser ligada à igreja da Congregação Cristã foi determinante para a escolha da família, muito religiosa.


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