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Garoto morre com tiro na sala de aula
Estudante, de 9 anos, tinha sinal de pólvora na camiseta; polícia trabalha com a hipótese de colega ter atirado
Menino foi achado caído no chão após barulho similar ao de bombinha ter chamado a atenção de alunos e professores
Alessandro Shinoda/Folhapress
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Familiares de Miguel Cestari Ricci dos Santos em frente ao Hospital Family, em Taboão da Serra; o menino levou um tiro na escola e morreu no hospital
ROGÉRIO PAGNAN
LETICIA DE CASTRO
DE SÃO PAULO
Um garoto de nove anos
morreu ontem após ser baleado dentro da sala de aula,
na Escola Adventista de Embu das Artes, uma instituição
particular.
A polícia trabalha com a
hipótese de outro estudante
ter atirado em Miguel Cestari
Ricci dos Santos, que tinha
sinal de pólvora na camiseta.
A polícia também vai investigar se o tiro foi acidental.
O fato aconteceu de manhã, enquanto os alunos faziam uma atividade fora da
sala de aula.
Quando Miguel voltou para a sala, para pegar seu material, um barulho, que parecia bombinha ou fogos de artifício, chamou a atenção de
alunos e professores que estavam afastados do local.
O garoto foi encontrado
caído no chão e levado em
um carro particular, por funcionários da escola, até o
hospital Family, em Taboão
da Serra, localizado a cerca
de 25 km da escola.
Ele chegou às 11h50 e foi
encaminhado para cirurgia,
mas teve uma parada cardíaca logo no início do procedimento. A equipe médica ainda tentou reanimá-lo por cerca de uma hora.
"Ele apresentava rebaixamento do nível de consciência e falava pouco", disse o
diretor do hospital, Marcos
David.
De acordo com David, o tiro atingiu o lado esquerdo do
abdomen e se alojou próximo aos rins. Quando foi atendido, Miguel sofria uma hemorragia e tinha grande
quantidade de sangue coagulado na região abdominal.
Segundo Danielle Pacios
Cestari, 34, tia de Miguel, o
garoto, agora na quarta série,
estava na escola desde o pré
e tinha bom relacionamento
com os alunos. "Estou em
choque. Ele era uma criança
alegre, brincalhona", disse.
Segundo ela, algumas
crianças teriam visto o revólver na sala e avisado aos professores. Em nota, a escola
informou apenas que "está
procurando dar toda atenção
e apoio à família" e que está
"colaborando em todos os
sentidos com autoridades".
De acordo com Danielle, o
fato de a escola, cuja mensalidade estava em torno de R$
700, ser ligada à igreja da
Congregação Cristã foi determinante para a escolha da família, muito religiosa.
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