São Paulo, sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

'Sofro um massacre', diz suspeito de abuso

Filhos, sobrinha e cunhada dizem ter sido molestados por advogado de Bauru; defensor nega todas as acusações

Delegada afirma que pretende ouvir S. antes de fazer um pedido de prisão preventiva; a temporária foi negada

JEAN-PHILIP STRUCK

ENVIADO ESPECIAL A BAURU (SP)

RICARDO SCHWARZ
DE SÃO PAULO

O advogado S.L.F, 45, suspeito de molestar o filho de 9 anos, a filha de 18 e outros dois parentes, em Bauru (a 329 km de São Paulo), disse ontem à Folha que está sofrendo um "massacre da própria família e da imprensa".
O defensor do advogado, Hélio Marcos Pereira Júnior, negou todas as acusações contra seu cliente e disse que elas são motivadas por dinheiro. "São absurdas e improcedentes", afirmou.
No dia 1º, a jovem disse à polícia que sofreu abusos sexuais do pai dos 8 aos 16 anos. Ela disse que era apalpada nas partes íntimas e forçada a fazer sexo oral nele.
Uma sobrinha de 13 anos e uma cunhada, de 18, fizeram acusações parecidas contra S. Anteontem, o filho do advogado também disse à polícia que sofreu abusos do pai recentemente.
A filha dele entrou com um processo pedindo R$ 500 mil de indenização por danos morais contra o pai. "Isso [o suposto abuso] deixa marcas para sempre", disse.
Por telefone, o advogado, que foi coordenador da Comissão de Direitos Humanos da OAB, afirmou que as acusações são "absurdas" e que não iria comentar o caso. Ele disse ainda que está hospedado em uma cidade vizinha a Bauru e que deve se apresentar à polícia hoje.
A delegada responsável pelo caso, Priscila Alfares, afirmou que pretende ouvir S. antes de fazer um pedido de prisão preventiva.
A prisão temporária foi negada pela Justiça no começo da semana. Segundo a delegada, computadores de S. foram apreendidos para análise. O material ainda não passou por perícia.
Ontem, os pais e a sogra dele prestaram depoimento à polícia, mas o teor das conversas não foi divulgado.
A filha de S. pediu à Justiça que sua mãe seja mantida afastada dela -anteontem foi decidido que o pai não pode chegar a menos de cem metros da filha. A Folha tentou entrar em contato com a mãe, mas ela não foi encontrada.
Na manhã de ontem, a mãe tentou invadir a casa da irmã, onde os dois filhos estão hospedados, para buscar o garoto de nove anos. Após discussão, a polícia foi acionada.
O advogado é conhecido em Bauru por seu trabalho nos sindicatos dos bancários e dos servidores municipais. Ex-colegas disseram à Folha que ele é bastante respeitado por não cobrar honorários de clientes sem recursos financeiros e por sua militância política. Eles se dizem perplexos com as acusações.


Texto Anterior: Governo sofre nova derrota em reserva de vaga a convênio
Próximo Texto: Frase
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.