São Paulo, quarta-feira, 30 de outubro de 2002

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EDUCAÇÃO

Todos os alunos farão exame

Rede estadual vai ampliar avaliação

DA REPORTAGEM LOCAL

O Saresp (Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo), que em 2001 foi utilizado para reprovar alunos da quarta e da oitava séries do ensino fundamental -anos finais dos ciclos de progressão continuada-, será aplicado a todos os alunos da rede estadual a partir de 2003.
Os alunos do ensino médio, que não adota a progressão continuada, também farão o exame. Segundo o secretário de Estado da Educação, Gabriel Chalita, a prova terá características semelhantes às do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), que avalia a compreensão de conteúdos sem divisão por disciplinas.
De acordo com Chalita, o Saresp -aplicado desde 96 por amostragem, cada ano em séries diferentes- não será mais utilizado para reprovação e possibilitará um diagnóstico da situação do ensino estadual. A aprovação ou a reprovação dependeria de decisão dos conselhos de classe.
Pelo método da progressão continuada, a repetência por defasagem de aprendizado só acontece no último ano de cada um dos ciclos. As faltas geram reprovação em qualquer ano.
A ampliação do exame é uma das medidas anunciadas pelo governo do Estado para aprimorar a progressão -que durante a campanha recebeu críticas de adversários do governador reeleito. Outra modificação, segundo o secretário, será a capacitação de professores em todas as 89 diretorias de ensino do Estado.

Medo
O presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo, Carlos Ramiro de Castro, afirmou não compreender a razão pela qual o Estado ampliará o exame e disse temer que a medida seja um passo para a utilização do Saresp para reprovar alunos. "Esse é o medo de todos os professores."
Segundo Castro, o Saresp não trará benefícios já que, no máximo, mostrará o que o governo já sabe. "Ele [Chalita] já sabe muito bem que a progressão se transformou em promoção automática e não está dando resultado. Falta vontade política." Para que o método funcione, diz ele, é preciso reduzir a jornada do professor e investir em capacitação.
Projeto do Cenpec (Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária) baseado na capacitação de professores reduziu em seis meses de 39,5% para 19,3% o índice de analfabetismo entre os alunos de cinco escolas públicas de Itanhaém (litoral sul). "Não basta cobrar resultados no fim do ano. A avaliação deve ser todo dia", diz a coordenadora da área de escola do Cenpec, Maria Silvia Bonini.


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