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EDUCAÇÃO
Todos os alunos farão exame
Rede estadual vai ampliar avaliação
DA REPORTAGEM LOCAL
O Saresp (Sistema de Avaliação
de Rendimento Escolar do Estado
de São Paulo), que em 2001 foi utilizado para reprovar alunos da
quarta e da oitava séries do ensino
fundamental -anos finais dos ciclos de progressão continuada-,
será aplicado a todos os alunos da
rede estadual a partir de 2003.
Os alunos do ensino médio, que
não adota a progressão continuada, também farão o exame. Segundo o secretário de Estado da
Educação, Gabriel Chalita, a prova terá características semelhantes às do Enem (Exame Nacional
do Ensino Médio), que avalia a
compreensão de conteúdos sem
divisão por disciplinas.
De acordo com Chalita, o Saresp -aplicado desde 96 por
amostragem, cada ano em séries
diferentes- não será mais utilizado para reprovação e possibilitará um diagnóstico da situação
do ensino estadual. A aprovação
ou a reprovação dependeria de
decisão dos conselhos de classe.
Pelo método da progressão
continuada, a repetência por defasagem de aprendizado só acontece no último ano de cada um
dos ciclos. As faltas geram reprovação em qualquer ano.
A ampliação do exame é uma
das medidas anunciadas pelo governo do Estado para aprimorar a
progressão -que durante a campanha recebeu críticas de adversários do governador reeleito.
Outra modificação, segundo o secretário, será a capacitação de
professores em todas as 89 diretorias de ensino do Estado.
Medo
O presidente do Sindicato dos
Professores do Ensino Oficial do
Estado de São Paulo, Carlos Ramiro de Castro, afirmou não
compreender a razão pela qual o
Estado ampliará o exame e disse
temer que a medida seja um passo
para a utilização do Saresp para
reprovar alunos. "Esse é o medo
de todos os professores."
Segundo Castro, o Saresp não
trará benefícios já que, no máximo, mostrará o que o governo já
sabe. "Ele [Chalita] já sabe muito
bem que a progressão se transformou em promoção automática e
não está dando resultado. Falta
vontade política." Para que o método funcione, diz ele, é preciso
reduzir a jornada do professor e
investir em capacitação.
Projeto do Cenpec (Centro de
Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária)
baseado na capacitação de professores reduziu em seis meses de
39,5% para 19,3% o índice de
analfabetismo entre os alunos de
cinco escolas públicas de Itanhaém (litoral sul). "Não basta
cobrar resultados no fim do ano.
A avaliação deve ser todo dia", diz
a coordenadora da área de escola
do Cenpec, Maria Silvia Bonini.
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