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Pará diz que controla a situação
DA AGÊNCIA FOLHA
O coordenador do Departamento de Controle de Endemias
do Pará, Bernardo Cardoso, diz
que o estudo feito por Uieda não
revelou nada que "ninguém não
soubesse". Ele admitiu que dados
de agressões eram subnotificados,
mas disse que "não quer saber do
que era antes".
"Ele não tem causa de campo
para estar falando isso. A coisa é
bem diferente do que se pensava.
Eu também tenho doutorado, tenho PhD e não fico falando essas
pavoragens todas. E eu também
entendo um pouquinho disso."
Segundo ele, o Pará não está
omisso e está fazendo um bom
trabalho. "Estamos com 250 pessoas trabalhando no nordeste do
Pará. Nos últimos três meses, foram mais de 15 mil pessoas vacinadas [que foram agredidas]."
Ele concorda, no entanto, que
há risco de, "a qualquer momento", haver uma explosão de surtos
na região. "Nós estamos com 30
milhões de pessoas sob risco de
contrair a raiva transmitida pelo
morcego. A Amazônia como um
todo está em cima de um barril de
pólvora", afirma o coordenador
do Departamento de Controle de
Endemias do Pará.
Segundo Cardoso, o aumento
não se deve a mudanças no ambiente, mas exclusivamente à falta
de controle da espécie. "Não é
desmatamento, não é nada. O
morcego hoje está mordendo de
dia. Não é o aumento do gado.
Tem morcego aí em São Paulo,
mas você não vê a quantidade de
boi morrendo como ocorre aqui."
Ele discorda também da opinião de Carmo de que não é possível fazer um controle.
"Nós estamos matando. Minha
idéia é acabar com todos esses hematófagos. A minha ordem é pegar os morcegos e passar a pasta
para, se a gente não eliminar tudo,
pelo menos controlar essa população", afirma Cardoso.
(TR)
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