São Paulo, domingo, 30 de outubro de 2005

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Pará diz que controla a situação

DA AGÊNCIA FOLHA

O coordenador do Departamento de Controle de Endemias do Pará, Bernardo Cardoso, diz que o estudo feito por Uieda não revelou nada que "ninguém não soubesse". Ele admitiu que dados de agressões eram subnotificados, mas disse que "não quer saber do que era antes".
"Ele não tem causa de campo para estar falando isso. A coisa é bem diferente do que se pensava. Eu também tenho doutorado, tenho PhD e não fico falando essas pavoragens todas. E eu também entendo um pouquinho disso."
Segundo ele, o Pará não está omisso e está fazendo um bom trabalho. "Estamos com 250 pessoas trabalhando no nordeste do Pará. Nos últimos três meses, foram mais de 15 mil pessoas vacinadas [que foram agredidas]."
Ele concorda, no entanto, que há risco de, "a qualquer momento", haver uma explosão de surtos na região. "Nós estamos com 30 milhões de pessoas sob risco de contrair a raiva transmitida pelo morcego. A Amazônia como um todo está em cima de um barril de pólvora", afirma o coordenador do Departamento de Controle de Endemias do Pará.
Segundo Cardoso, o aumento não se deve a mudanças no ambiente, mas exclusivamente à falta de controle da espécie. "Não é desmatamento, não é nada. O morcego hoje está mordendo de dia. Não é o aumento do gado. Tem morcego aí em São Paulo, mas você não vê a quantidade de boi morrendo como ocorre aqui."
Ele discorda também da opinião de Carmo de que não é possível fazer um controle.
"Nós estamos matando. Minha idéia é acabar com todos esses hematófagos. A minha ordem é pegar os morcegos e passar a pasta para, se a gente não eliminar tudo, pelo menos controlar essa população", afirma Cardoso. (TR)


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