São Paulo, terça-feira, 30 de outubro de 2007

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Para pesquisador, bom docente não recebe o adequado

DA REPORTAGEM LOCAL

Os melhores professores não têm estímulo financeiro -costumam ganhar valores semelhantes aos demais profissionais- e por isso deixam as escolas assim que podem. Essa é uma das conclusões do pesquisador Samuel Pessôa.
Analisando a folha de pagamento da rede estadual paulista, Pessoa verificou que, quanto mais experiência possuem os docentes, menores são as variações salariais entre os profissionais da mesma faixa etária.
Ele utilizou um modelo estatístico chamado índice de Gini, que vai de 0 a 1 -quanto mais próximo do 0, maior a semelhança de rendimentos.
Para os professores paulistas, o índice na faixa entre 20 anos e 25 anos é de 0,396; na faixa etária entre 46 anos e 55 anos baixa para 0,194.
No geral da população, o movimento é oposto. Na primeira faixa o índice é de 0,355; na última, sobe para 0,475.
"Os melhores profissionais vão ganhando mais que os outros com o passar do tempo. Isso não ocorre com os professores. Com esse desestímulo, o bom professor sai na primeira oportunidade", disse Pessôa.
Para sustentar essa tese, o pesquisador aponta outro dado: a maioria dos docentes (56,3% das mulheres e 64% dos homens) estão há, no máximo, cinco anos na rede.
Segundo Pessôa, o salário médio do professor da rede pública não é a explicação para a saída dos docentes.
"É preciso mudar a estrutura da carreira, demitindo os maus professores e premiando os melhores", disse. Ele admite que "o país não está preparado" para a primeira opção.
Sobre a premiação, a Secretaria da Educação pretende dar mais recursos às escolas que mais evoluírem em um ano. (FT)


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