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Para pesquisador, bom docente não recebe o adequado
DA REPORTAGEM LOCAL
Os melhores professores não
têm estímulo financeiro -costumam ganhar valores semelhantes aos demais profissionais- e por isso deixam as escolas assim que podem. Essa é
uma das conclusões do pesquisador Samuel Pessôa.
Analisando a folha de pagamento da rede estadual paulista, Pessoa verificou que, quanto
mais experiência possuem os
docentes, menores são as variações salariais entre os profissionais da mesma faixa etária.
Ele utilizou um modelo estatístico chamado índice de Gini,
que vai de 0 a 1 -quanto mais
próximo do 0, maior a semelhança de rendimentos.
Para os professores paulistas,
o índice na faixa entre 20 anos e
25 anos é de 0,396; na faixa etária entre 46 anos e 55 anos baixa para 0,194.
No geral da população, o movimento é oposto. Na primeira
faixa o índice é de 0,355; na última, sobe para 0,475.
"Os melhores profissionais
vão ganhando mais que os outros com o passar do tempo. Isso não ocorre com os professores. Com esse desestímulo, o
bom professor sai na primeira
oportunidade", disse Pessôa.
Para sustentar essa tese, o
pesquisador aponta outro dado: a maioria dos docentes
(56,3% das mulheres e 64% dos
homens) estão há, no máximo,
cinco anos na rede.
Segundo Pessôa, o salário
médio do professor da rede pública não é a explicação para a
saída dos docentes.
"É preciso mudar a estrutura
da carreira, demitindo os maus
professores e premiando os
melhores", disse. Ele admite
que "o país não está preparado"
para a primeira opção.
Sobre a premiação, a Secretaria da Educação pretende dar
mais recursos às escolas que
mais evoluírem em um ano.
(FT)
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