São Paulo, quinta-feira, 30 de outubro de 2008

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Professora é acusada de incitar agressão a criança de 5 anos

Mãe de garoto diz que docente de escola no Distrito Federal segurou os braços do filho e pediu que colegas dessem tapas em seu rosto

Pelo menos cinco crianças da turma de jardim de infância contaram a mesma história aos pais; professora teve contrato suspenso

LARISSA GUIMARÃES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Uma briga entre crianças de uma turma de jardim de infância levou ao afastamento de uma professora de educação infantil, ontem, no Distrito Federal. Segundo alunos, após dois meninos se desentenderem na aula, a professora recorreu à violência para punir um dos garotos: chamou um deles à frente, segurou os braços da criança para trás e pediu que os demais colegas dessem tapas no rosto do menino, de cinco anos.
Pelo menos cinco crianças da turma do garoto contaram a mesma história aos pais após voltarem da escola. A acusação foi feita ontem pela mãe do menino. O incidente aconteceu em uma escola pública de Ceilândia, cidade-satélite de Brasília, na segunda-feira.
"Quando a babá foi buscar meu filho no colégio, disse que ele comentou que nunca mais queria voltar para aquela escola, mas não contou o motivo", disse a mãe do menino.
Ela relatou que o pai de um colega de seu filho a procurou na tarde de segunda-feira contando o que o filho havia lhe falado. "Quando soube, chorei, fiquei apavorada. Fui à casa de alguns colegas do meu filho para apurar a história. Todos contaram a mesma coisa", disse. A mãe do aluno registrou queixa na delegacia e foi ontem, com outros pais, à escola pública.
O pai do colega do menino agredido afirmou que ficou estarrecido com a história contada por seu filho, também de cinco anos. "Quando voltávamos para casa, ele apontou para o amigo e disse que não bateu porque ficou com muita pena."
Ontem, vários pais de alunos foram à escola em Ceilândia pedir providências à direção.
"Decidimos suspender o contrato dela e abrir uma sindicância para apurar o caso", disse Ana de Fátima Henriques, diretora da Regional de Ensino de Ceilândia.
A professora Elizabeth Barros, 27, trabalhava na escola desde março deste ano, com contrato de trabalho temporário. Ontem, a reportagem tentou falar com ela por meio da Secretaria de Educação do Distrito Federal. Segundo Ana de Fátima Henriques, Elizabeth não queria falar com a imprensa e afirmou estar muito abalada com o incidente.
A diretora da escola, Luiza Amélia Brito, disse que a notícia surpreendeu toda a escola. "Foi inacreditável. Nunca tivemos nenhuma reclamação contra ela, que era tranqüila."
De acordo com a diretora, a professora pediu desculpas aos pais e afirmou a eles que teve uma atitude "exagerada". "Ela até chorou na hora", lembra Luiza Amélia Brito.
O caso também será investigado pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente do Distrito Federal.


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