|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Professora é acusada de incitar agressão a criança de 5 anos
Mãe de garoto diz que docente de escola no Distrito Federal segurou
os braços do filho e pediu que colegas dessem tapas em seu rosto
Pelo menos cinco crianças
da turma de jardim de
infância contaram a mesma
história aos pais; professora
teve contrato suspenso
LARISSA GUIMARÃES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Uma briga entre crianças de
uma turma de jardim de infância levou ao afastamento de
uma professora de educação infantil, ontem, no Distrito Federal. Segundo alunos, após dois
meninos se desentenderem na
aula, a professora recorreu à
violência para punir um dos garotos: chamou um deles à frente, segurou os braços da criança
para trás e pediu que os demais
colegas dessem tapas no rosto
do menino, de cinco anos.
Pelo menos cinco crianças da
turma do garoto contaram a
mesma história aos pais após
voltarem da escola. A acusação
foi feita ontem pela mãe do menino. O incidente aconteceu
em uma escola pública de Ceilândia, cidade-satélite de Brasília, na segunda-feira.
"Quando a babá foi buscar
meu filho no colégio, disse que
ele comentou que nunca mais
queria voltar para aquela escola, mas não contou o motivo",
disse a mãe do menino.
Ela relatou que o pai de um
colega de seu filho a procurou
na tarde de segunda-feira contando o que o filho havia lhe falado. "Quando soube, chorei, fiquei apavorada. Fui à casa de
alguns colegas do meu filho para apurar a história. Todos contaram a mesma coisa", disse. A
mãe do aluno registrou queixa
na delegacia e foi ontem, com
outros pais, à escola pública.
O pai do colega do menino
agredido afirmou que ficou estarrecido com a história contada por seu filho, também de
cinco anos. "Quando voltávamos para casa, ele apontou para
o amigo e disse que não bateu
porque ficou com muita pena."
Ontem, vários pais de alunos
foram à escola em Ceilândia pedir providências à direção.
"Decidimos suspender o contrato dela e abrir uma sindicância para apurar o caso", disse
Ana de Fátima Henriques, diretora da Regional de Ensino de
Ceilândia.
A professora Elizabeth Barros, 27, trabalhava na escola
desde março deste ano, com
contrato de trabalho temporário. Ontem, a reportagem tentou falar com ela por meio da
Secretaria de Educação do Distrito Federal. Segundo Ana de
Fátima Henriques, Elizabeth
não queria falar com a imprensa e afirmou estar muito abalada com o incidente.
A diretora da escola, Luiza
Amélia Brito, disse que a notícia surpreendeu toda a escola.
"Foi inacreditável. Nunca tivemos nenhuma reclamação contra ela, que era tranqüila."
De acordo com a diretora, a
professora pediu desculpas aos
pais e afirmou a eles que teve
uma atitude "exagerada". "Ela
até chorou na hora", lembra
Luiza Amélia Brito.
O caso também será investigado pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente
do Distrito Federal.
Texto Anterior: Modesto Gomes da Silva (1931-2008): Uma vida modesta somente no nome Próximo Texto: Frase Índice
|