São Paulo, quinta-feira, 30 de outubro de 2008

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Soninha afirma que "adoraria" participar da equipe de Kassab

Ex-candidata a prefeita diz que não foi convidada por prefeito, mas que, dependendo das condições, está disposta a trabalhar para ele

Partidos que apoiaram reeleição de prefeito travam batalha por cargos no governo; pastas da Cultura e Esportes estão na mira

CATIA SEABRA
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Embora não tenha sido convidada, a vereadora e candidata derrotada Soninha Francine (PPS) disse ontem que "adoraria" participar do governo de Gilberto Kassab (DEM).
Soninha - para quem o PPS cobiça a Secretaria da Cultura - afirma, porém, que a decisão depende da oferta.
"É meio ruim me antecipar. Ninguém me convidou e eu aqui, oferecida, dizendo "ai, adoraria'", disse Soninha, já disparando. "Ai, adoraria muitas coisas. Queria ser prefeita. Queria as secretarias de Habitação, Transportes... Queria mandar em todas. Por um lado, adoraria, sim, fazer parte do Poder Executivo. Por outro lado, depende, né? Depende do que, em que condições."
Para Soninha, "há vários casos de pessoas no poder, mas sem poder nenhum". "A querida Marina Silva [ex-ministra do Meio Ambiente] que o diga." Ela diz que o "o mais provável é que Kassab faça algum convite ao PPS". "E esse convite seja nominal, ao portador, a mim. Mas, por enquanto, nada."
Interessado em engordar o capital político de Soninha para as eleições de 2012, o PPS tem defendido seu nome para a Cultura. Aliados de Kassab alegam, porém, que ela enfrentará muita resistência na Câmara Municipal. Na campanha, Soninha insinuou venda de votos de vereadores para o Executivo.
A Folha apurou, porém, que Kassab deve anunciar hoje a permanência do secretário de Cultura, Carlos Augusto Calil.
Em conversa ontem à noite com Kassab, o governador José Serra (PSDB) defendeu a permanência de Andrea Matarazzo na Secretaria das Subprefeituras e do atual subprefeito da Mooca, Eduardo Odloak. Kassab disse ao tucano que pretende mudar o "mínimo possível" tanto seu secretariado quanto a equipe de subprefeitos.
O prefeito já anunciou a manutenção de cinco secretários: Clóvis Carvalho (Governo), Alexandre de Moraes (Transportes), Januário Montone (Saúde) e, ontem, Eduardo Jorge (Meio Ambiente) e Dimas Ramalho (Serviços).

Bastidores
Os partidos que apoiaram Kassab na eleição travam batalha por cargos. Quatro legendas que somam 12 (dos 55) vereadores que tomam posse em 1º de janeiro -PMDB (2), PR (5), PPS (2) e PV (3)- pressionam por espaço em pastas como Cultura e Esportes, nas empresas de transportes (CET e SPTrans) e em subprefeituras.
Kassab precisa de 28 votos para ter maioria no Legislativo. Considerando os partidos que hoje já fazem parte do seu governo, teria 25 vereadores na base aliada na nova Câmara -DEM (7), PSDB (13), PPS (2) e PV (3). A oposição (PT, PC do B, PSB e PDT) tem 16 votos.
Outros 14 votos são de partidos que o apoiaram no primeiro ou no segundo turno da eleição e que agora querem participar da gestão (PR, PMDB, PTB e PSC). O último é do PRB, eleito na chapa de Marta Suplicy (mas não deve fazer oposição).


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