São Paulo, sexta-feira, 30 de outubro de 2009

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Megablitz da polícia prende 2.191 pessoas

9.299 policiais civis participaram das ações no Estado de São Paulo; 102 quilos de drogas e 112 armas foram apreendidas

Chamada de Gênese pela Secretaria da Segurança, a operação foi feita dois dias antes da divulgação dos dados sobre a criminalidade

AFONSO BENITES
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

A Polícia Civil de São Paulo realizou uma megaoperação ontem em todo o Estado e, em menos de 12 horas, prendeu 2.191 pessoas. Entre os presos, estavam condenados por homicídio desde 2000.
Segundo o delegado-geral Domingos Paulo Neto, a operação teve como um dos principais objetivos "valorizar o trabalho de inteligência da Polícia Civil". Do total de presos, 1.601 foram alvo de mandados judiciais; 509 foram presos em flagrante e 81 já eram foragidos da Justiça. Ao todo, 9.299 policiais civis participaram da operação.
Em média, a Polícia Militar prende em flagrante cerca de 240 pessoas por dia (dados de agosto deste ano). Na operação de ontem, também foram apreendidas 112 armas e 102 quilos de droga. A PM, que não participou da operação ontem, apreendeu no mês de agosto, em média, 40 armas por dia.
As ações começaram à 0h de ontem e foram encerradas no início da tarde. Em um dos casos, a polícia conseguiu libertar do cativeiro dois donos de um bar na zona leste. Três pessoas foram presas.
Em outra ação, uma equipe do DHPP (departamento de homicídios) foi recebida a tiros na favela da rua Alba, na zona sul. Os policiais pediram reforço e trocaram tiros com criminosos. Foram presas 13 pessoas, entre elas um adolescente suspeito de homicídio.
Entre os presos pelo DHPP, havia procurados que estavam condenados desde 2000. Mas, segundo a delegada Elizabete Sato, essas pessoas não eram presas porque eram de "difícil localização". "Essas pessoas mudam muito de lugar."
A operação, chamada de Gênese pela Secretaria da Segurança da gestão José Serra (PSDB), foi feita dois dias antes da divulgação dos dados trimestrais sobre a criminalidade em SP. No trimestre passado, aumentaram os casos de homicídios, latrocínios e roubos.
Desde junho de 2007, quando foram presas 2.532 pessoas, a polícia não prendia tanta gente em um só dia. Na época, a operação foi realizada em meio às investigações sobre ligação de policiais com caça-níqueis.

Mudança no discurso
"Números são expressivos e vejo a capacidade de operação e operacionalização da Polícia Civil, o grau de sigilo dessa operação, que é de grande vulto e o grau de profissionalismo da Polícia Civil. Esses são alguns aspectos que precisam ser ressaltados", disse ontem o secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, ao comentar o resultado da operação.
Em 26 de agosto, em debate sobre segurança pública, Ferreira Pinto declarou que a Polícia Civil estava em situação de "absoluta inépcia e letargia". Ainda naquele dia, Ferreira Pinto elogiou a PM (onde trabalhou por 16 anos) e disse dedicar tempo para "resolver os problemas cruciais da [Polícia] Civil".
Segundo a Polícia Civil, a Operação Gênese foi batizada assim porque "representa o surgimento de uma nova Polícia Civil, totalmente integrada".


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