São Paulo, domingo, 30 de outubro de 2011

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Cai morte de crianças de até 7 anos após lei da cadeirinha

1º semestre de 2011 teve queda de 41% ante o mesmo período de 2010

Óbitos de crianças entre 8 e 12 anos, porém, aumentaram; uso da cadeirinha é opcional nessa faixa etária

Karime Xavier/Folhapress
Fernanda e a filha, salva em batida por estar na cadeirinha

RENATO MACHADO
DE BRASÍLIA

As cadeirinhas e os outros dispositivos de segurança foram responsáveis pela redução na morte de crianças nas rodovias federais. Levantamento da Polícia Rodoviária Federal apontou queda no primeiro semestre de 41,2% nas vítimas de até sete anos -idade em que devem ser levadas nos assentos de segurança desde 1º de setembro do ano passado.
O estudo é o primeiro com um recorte específico na faixa etária que deve usar a cadeirinha. Os números apontam que 40 crianças nessas condições morreram em acidentes no primeiro semestre deste ano, ante 68 do mesmo período de 2010. "Com certeza a redução foi por causa dos dispositivos de segurança, tanto que, no geral, tivemos um semestre mais violento", diz o chefe do núcleo de estatísticas do PRF, inspetor Stênio Pires.
Ele explica que houve alta de 4,3% nas mortes em geral -o total de óbitos ainda não foi divulgado pelo órgão. A assistente administrativa Fernanda Lucas de Almeida, 29, sofreu um grave acidente no fim do ano passado e sua filha só não foi jogada para fora do carro porque estava presa a uma cadeirinha.
A família voltava para casa em Cotia, na Grande São Paulo, quando o carro foi atingido por outro em alta velocidade. A batida provocou fratura no fêmur de Isadora, então com dois meses.
"Nosso carro ficou destruído, deu perda total", diz. O marido dirigia e só sofreu escoriações. Fernanda estava atrás, sem o cinto de segurança: teve fraturas, um problema no pescoço e escoriações.

INVERSÃO
Se as crianças menores estão mais seguras, os números da PRF mostram que as mais velhas estão vulneráveis. Aumentou em 10,6% a quantidade de vítimas entre 8 e 12 anos -passando de 47 para 52. Até os dez anos, as crianças têm de estar no banco de trás e com o cinto de segurança. A partir de então, já podem ir no banco da frente.
A PRF atribui isso ao não uso do cinto de segurança no banco traseiro. "Em viagens mais longas, é comum os pais soltarem as crianças para elas deitarem", diz o inspetor.
Especialistas vão além e afirmam que crianças de até dez anos não estão seguras só com o cinto. Por isso, defendem o uso de um assento de segurança até essa idade.
"Seu uso é aconselhado até a criança atingir 36 kg, altura aproximada de 1,45 m e completar dez anos de idade, para passar então a usar o cinto de segurança do próprio veículo", afirma Flávio Adura, diretor científico da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego).


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