São Paulo, sábado, 30 de novembro de 2002

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VIOLÊNCIA

Para a polícia, foi o sexto caso no campus ou nas proximidades em três meses; reitoria diz ter notícia de quatro ocorrências

Estudante é estuprada ao meio-dia na USP

GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma estudante foi estuprada, por volta do meio-dia de anteontem, em um estacionamento do campus da USP (Universidade de São Paulo), no Butantã, zona oeste da capital paulista. É o sexto caso de estupro de estudante ocorrido no interior ou nas proximidades de um dos portões do campus nos últimos três meses, segundo a 3º DDM (Delegacia de Defesa da Mulher), da Polícia Civil.
A estudante foi abordada por um homem armado com uma faca quando entrava em seu carro nas proximidades da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas).
O homem obrigou a estudante a dirigir até um estacionamento próximo, ainda no campus, onde ocorreu o estupro.
A polícia suspeita que a estudante tenha sido vítima do mesmo homem que teria atacado outras quatro mulheres desde setembro deste ano. Apenas o autor de um dos estupros foi preso e reconhecido, segundo policiais da 3ª DDM.
Dos seis casos registrados, um ocorreu em setembro, dois em outubro e três neste mês, segundo dados da delegacia da mulher. Não houve notificação de estupro no campus da USP de janeiro a agosto deste ano.
A maior parte dos casos ocorreu à noite, das 20h às 22h30. O estupro ocorrido ao meio-dia anteontem alarmou ainda mais estudantes e professores.
Cinco casos podem ter o mesmo autor, segundo a polícia. As vítimas descreveram características semelhantes do agressor: um jovem alto, em torno de 25 anos, branco, cabelos e olhos castanhos, bem vestido. Segundo policiais, o autor se passaria facilmente por um estudante da universidade.
As vítimas também têm características parecidas. São altas, magras e cabelos longos. Em todos os casos, o autor usou uma faca ou canivete para rendê-las. Uma delas foi espancada durante o estupro porque tentou reagir.
As vítimas fizeram retratos falados do autor. Mas a polícia ainda não divulgou nenhum deles.

Quatro casos
A assessoria de imprensa da USP informou que a instituição conhece apenas quatro casos, e não seis como relata a polícia. E dois teriam ocorrido fora da área do campus, em uma ponte próxima de um dos portões da cidade universitária.
A assessoria disse também que a reitoria realizou, em outubro, a partir da notificação do segundo caso, uma reunião com a guarda universitária, a Polícia Militar e a Polícia Civil.
Depois disso, foi montada uma operação de monitoramento do campus, mas a universidade não quis revelar os detalhes para, segundo ela, não atrapalhar as investigações.
Ontem à tarde, a guarda universitária prendeu por ato obsceno um homem que invadiu uma sala de aula da FAU (Faculdade de Arquitetura de Urbanismo) e começou a se masturbar.
Uma das alunas da faculdade chamou os guardas da universidade. O homem fugiu, mas foi preso pouco depois. Na delegacia da mulher, as vítimas de estupro não o reconheceram como o autor dos ataques.


Colaborou CRISTINA CAROLA, das Regionais


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