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São Paulo, domingo, 30 de novembro de 2003

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Endoscopia pode não detectar 50% dos casos

DA REPORTAGEM LOCAL

A endoscopia -exame que faz uma inspeção visual do aparelho digestivo- pode não detectar 50% dos casos de doença do refluxo, segundo o gastroenterologista Jaime Natan Eisig, do HC.
Ele afirma que a mucosa do esôfago possui várias camadas e, muitas vezes, a inflamação está restrita à parte interna e, por isso, não é detectada pela endoscopia.
Nesses casos, diz Eisig, tanto a peagametria (exame que mede o nível de acidez do esôfago) como a manometria (que mede a pressão exercida pela musculatura do esôfago e a sequência com que as contrações ocorrem) são importantes aliados para a realização de um diagnóstico correto.
A professora Maria Heloísa Guimarães, 42, sabe bem o que é isso. Ela afirma que passou anos sentindo azia, regurgitação e uma dor no peito "que parecia infarto", mas nada de anormal era diagnosticado na endoscopia.
O diagnóstico decisivo foi obtido após fazer a peagametria. Uma sonda foi introduzida, pelo nariz, no esôfago da professora durante 24 horas. A extremidade interna da sonda tem sensores de pH e mede a acidez do esôfago.
A extremidade externa é conectada a um aparelho de registro de pH. Após as 24 horas, um computador analisa quantas vezes o pH foi anormal e o número de refluxos. No caso de Guimarães, foram detectados 70 refluxos, o mais longo de 40 minutos. "Os remédios são paliativos, melhoram a sensação de acidez, mas não resolvem o problema", afirma ela, que recebeu, após o resultado do exame, indicação médica para cirurgia.
Como precisa perder cerca de 20 kg, Guimarães estuda a possibilidade de fazer uma cirurgia de redução de estômago, na qual o problema do refluxo também poderá ser resolvido.



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