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SAÚDE
Secretaria municipal diz que houve 966 registros no ano passado e aponta tendência decrescente na capital paulista
SP vê menor nš de óbitos por Aids em 15 anos
DA REPORTAGEM LOCAL
Pela primeira vez em 15 anos o
número de óbitos por Aids na cidade de São Paulo ficou abaixo de
mil casos, o que é considerado um
marco pelo programa municipal
de combate à doença. A Secretaria
Municipal da Saúde divulgou ontem o boletim anual. O "marco"
refere-se a 2003, pois os dados
deste ano não estão fechados.
Em 1988 houve um total de 874
óbitos em São Paulo. A epidemia
explodiu em 1994, com mais de
3.000 mortes, e iniciou uma tendência de queda a partir de 1997,
quando começam a ser distribuídos, pelo governo federal, todos
os medicamentos contra a doença
de graça e para todos os doentes.
No ano passado, foram registrados 966 óbitos na capital paulista.
"Há tendência de queda que
não vem se revertendo", diz Kátia
Cristina Bassichetto, coordenadora de vigilância em saúde da secretaria. Segundo ela, mesmo
com a revisão dos óbitos feita permanentemente, dificilmente o registro de 2003 superará mil casos.
O município anotou até hoje
58,6 mil casos da doença desde
1980, ou 18% do total do Brasil.
O Ministério da Saúde disse que
os registros nacionais de óbitos
passam por revisão, mas que as
taxas de mortalidade vêm decrescendo desde a introdução do coquetel de remédios. Chegaram a
cair 54% no Sudeste. A pasta divulga novos dados nesta semana,
em que é comemorado o dia
mundial de combate à doença.
A taxa de mortalidade por 100
mil habitantes na cidade passou
de dez, em 2002, a nove, em 2003,
mantendo tendência de queda. A
diminuição da incidência da
doença (novos casos) também se
mantém: foram 25 por 100 mil habitantes em 2003 e 31 em 2002.
A velocidade da queda do número de casos novos é menor entre as mulheres. A ONU (Organização das Nações Unidas) divulgou que na América Latina e no
Caribe as mulheres são o segmento com o maior crescimento da
infecção pelo HIV e fez um apelo
para que "novas medidas sejam
urgentemente adotadas".
Leitos
A secretaria listou programas
como distribuição de camisinhas
como razão para o desempenho.
Segundo a coordenadora-geral
do programa de Aids, Maria Cristina Abbate, o número de preservativos masculinos distribuídos
deve chegar a 17 milhões neste
ano, contra 1 milhão em 2000.
O secretário municipal da Saúde, Gonzalo Vecina Neto, contestou críticas das ONGs que representam portadores do HIV sobre
a falta de leitos hospitalares para
Aids em São Paulo. Segundo ele,
não há embasamento científico.
Em 2003, a comissão municipal
de DST/Aids apontou falta de 94
vagas de internação. Pacientes esperavam em macas. Segundo a
comissão, a gestão Marta Suplicy
(PT) entregou só 20 leitos. Segundo Vecina, estudo patrocinado
pelo ministério verificará a necessidade da cidade.
(FABIANE LEITE)
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