São Paulo, quinta-feira, 30 de novembro de 2006

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Evasão entre alunos que integram o Prouni é de 15%

Índice é bem abaixo do de estudantes da rede privada e igual ou menor ao da rede pública

Uma das bandeiras da campanha de reeleição de Lula, programa abre as inscrições para 108 mil bolsas no próximo ano


LUCIANA CONSTANTINO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Cerca de 15% dos estudantes que entraram no Prouni (Programa Universidade para Todos) desde o início de 2005 se afastaram ou deixaram o curso em instituições particulares de ensino superior. O dado foi divulgado ontem pelo Ministério da Educação, que ressalta ser um percentual igual ou menor se comparado à rede pública e bem abaixo do índice registrado entre alunos pagantes.
O Prouni foi uma das principais bandeiras do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na área da educação durante a campanha eleitoral deste ano.
Segundo o ministro Fernando Haddad, os números ainda estão sendo analisados, mas entram no cálculo da evasão desde alunos que abandonaram o curso porque arrumaram um emprego ou se decepcionaram com a escolha até os que adoeceram ou morreram.
"A evasão nunca pode ser comemorada. Mas é um número esperado porque está abaixo dos pagantes e da rede pública."
Cerca de 172 mil estudantes cursam o ensino superior em instituições particulares com bolsas parciais e integrais. Desde 2005, foram oferecidas mais de 202 mil vagas. Em contrapartida, a instituição tem isenção de quatro tributos federais.
A renúncia anual está em torno de R$ 105,6 milhões. Já as filantrópicas têm de oferecer as bolsas para cumprir a "gratuidade" que é exigida delas pela Constituição.
Ontem, o ministério abriu as inscrições para os interessados em uma das 108.025 bolsas parciais e integrais oferecidas para 2007. Pode concorrer quem prestou o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e tenha obtido, no mínimo, 45 pontos.
Além disso, o candidato precisa ter cursado o ensino médio na rede pública, e a renda de sua família não pode superar três salários mínimos mensais.
Do total de vagas oferecidas, a maior parte está na área que engloba ciências sociais, negócios e direito -52.952 bolsas. Em seguida vem educação, com 20.066 bolsas, e depois saúde e bem-estar social, com 13.074.
Segundo o coordenador do Prouni, Celso Carneiro Ribeiro, a cada processo seletivo do programa diminui a proporção de instituições que fazem prova própria para avaliar o aluno.
Em 2005, no primeiro processo, 63% das instituições usaram avaliação própria. Agora, o índice caiu para 33% das 1.424 instituições que aderiram ao Prouni. "É a confiança no processo seletivo do programa."
O candidato, ao se inscrever, pode ter até cinco opções de cursos e mudá-las até o próximo dia 16, quando termina o prazo. Todos os dias, o ministério fará na internet uma simulação dos resultados por curso para que o aluno possa mudar de opção caso a nota não seja suficiente para classificação.


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