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Empresária é morta na marginal Tietê
Dentro de seu carro, Rita Hirsch, 63, foi atingida por pelo menos 3 tiros disparados pelo ocupante de uma moto, de manhã
Veículo era dirigido por seu advogado, que nada sofreu;
para a polícia, as hipóteses são vingança ou tentativa
de assalto ou seqüestro
Fernando Donasci/Folha Imagem
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Carro da empresária Rita Carmen Fekete Hirsch, 63, morta a tiros na marginal Tietê; o veículo foi atacado por motoqueiros |
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL
JULLIANE SILVEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Uma empresária de 63 anos
foi morta a tiros ontem de manhã dentro de seu carro em plena marginal Tietê, na região da
Penha (zona leste de São Paulo). O veículo foi abordado por
quatro homens que ocupavam
duas motos. A Polícia Civil investiga se ela foi morta por vingança, numa tentativa frustrada de assalto ou de seqüestro.
Rita Carmen Fekete Hirsch
estava no banco do passageiro
do Corolla Toyota prata guiado
por seu advogado, Luiz Fernando Godo, 39, que nada sofreu.
Um motociclista e um taxista
disseram a policiais ter visto,
por volta das 9h50, duas motos,
com dois homens em cada uma,
emparelharem e perseguirem o
veículo, que estava em movimento -cerca de 90 km/h- e
com os vidros fechados.
Segundo as testemunhas, o
garupa da moto à direita do carro atirou na direção do Corolla.
Pelo menos três tiros atingiram
a empresária.
Pelo relato das testemunhas,
cinco tiros foram disparados
-dois contra o pára-brisa e três
em direção ao vidro lateral do
carro-, tendo sempre como alvo o lado do passageiro.
O advogado ainda dirigiu por
mais 3 km já na rodovia Ayrton
Senna, que dá acesso a Guarulhos, e parou na primeira base
de apoio da Polícia Rodoviária
Estadual para pedir socorro.
"O motorista desceu do carro
em choque. Ele me disse que
não viu ninguém; só ouviu os
disparos e acelerou até aqui",
afirmou o soldado da Polícia
Rodoviária Jeferson Fernandes do Vale, 27, que encontrou
a empresária ainda com vida.
"Eu chamei e ela atendeu,
mexeu a cabeça. Falei para ela
não dormir que o socorro estava a caminho, mas, quando chegaram o helicóptero Águia [da
PM] e o resgate dos bombeiros,
os médicos disseram que ela já
estava morta", disse ele.
Vingança?
A Polícia Civil investiga se a
empresária foi morta por vingança -todos os tiros foram na
direção dela- ou numa tentativa frustrada de assalto ou de seqüestro -havia R$ 3.667 em
notas, sendo R$ 2.400 num envelope, dentro do carro, mas
nada foi levado.
A empresária tinha saído
com o advogado de sua casa, na
Vila Argentina, no Alto de Pinheiros (zona oeste), para buscar o único filho, Fernando
Hirsch, 33, no aeroporto internacional de Guarulhos (Grande
SP). Mãe e filho não se viam havia 20 dias porque ele estava
passeando pelos EUA.
"O que chama a atenção é o
fato de não terem anunciado o
assalto", disse o capitão da Polícia Militar Durval Silvano Gasparini, comandante da 1ª Companhia de Policiamento Rodoviário no Estado de São Paulo.
O caso foi registrado no 10º
Distrito Policial, na Penha, para
apurar homicídio qualificado
ou tentativa de latrocínio (roubo seguido de morte). Até a
conclusão desta edição, a polícia não havia identificado ou
prendido nenhum suspeito.
"Foi uma ação incomum para
quem planeja roubar algo. Eles
chegaram atirando, mas todos
os tiros foram em direção à vítima. Geralmente, quem planeja
assaltos ataca o motorista e, se
ele reage, atira nele", disse Rogério dos Santos Gimenes, delegado plantonista do 10º DP.
Na delegacia, tanto o advogado quanto o filho da empresária, chorando muito, não quiseram dar declarações. De acordo
com a polícia, os familiares disseram não saber quem poderia
ter matado a idosa. Relataram
ainda que Rita não tinha inimigos e tinha o hábito de andar
com quantias grandes de dinheiro para pagar as contas.
Como a autoria do crime ainda é desconhecida, o DHPP
(Departamento de Homicídios
e Proteção à Pessoa) presidirá
as investigações.
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