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Comunidade gay do PR protesta contra cachaça "Cura Veado"
Bebida é motivo de polêmica entre produtor e homossexuais,
que pedem fim da marca por considerá-la preconceituoso
Destilado, afirma empresa, é
vendido há 40 anos e não
tem intenção de ofender;
militância diz que nome
passa idéia errada sobre gays
DA REPORTAGEM LOCAL
A militância gay do Paraná
anda louca da vida. Uma empresa colocou à venda uma cachaça com o rótulo "Cura Veado", em que se vê um homem
desmunhecado, de batom,
unhas vermelhas, sobrancelhas
arqueadas, cílios postiços e
com os cabelos tingidos de rosa.
Líderes do movimento gay
dizem ver preconceito e discriminação, ao passar a idéia de
que a homossexualidade é
doença e pode ser curada, e
afirmam terem virado motivo
de piadas de mau gosto.
Por R$ 9,90, a "Cura Veado"
pode ser comprada em duas lojas da Magic Center em Curitiba e on-line no site da empresa.
A ABGLT (Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais)
enviou um ofício à empresa pedindo que ela "se dignifique a
retirar o referido rótulo do produto, considerando-se que ele
contribui para o preconceito e a
discriminação, pois transmite
uma idéia errônea da realidade
homossexual, além de fazer
deste cidadão objeto de riso".
Dono da empresa Magic
Center, Luimar Szczepanski
diz que a cachaça é vendida há
40 anos "como brincadeira" e
que "não se pode ir contra a força da cultura popular".
"O que posso dizer se sentiram ofendidos? Não foi nem
nunca será a intenção fazer
chacota e discutir homossexualidade." Ele diz que a "Cura
Veado" vende ao menos duas
dúzias/mês. E quem compra
essa cachaça? Segundo a Magic
Center, o produto é vendido
aos que querem pregar uma peça em amigos. Entre outros rótulos, a loja vende a "Amansa
Corno" e a "Nabunda".
Ao menos por enquanto, a associação diz que não pretende
processar a loja pela "Cura Veado", mas "dialogar para promover uma ação educativa", que
chamam de "advocacy".
(VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO)
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