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Polícia suspeita que bandidos fugiram pela rede de esgoto
Principais chefes do tráfico estão foragidos; Bope apura se fuga ocorreu pela tubulação
Apesar da ocupação militar no local, funcionários da Light temem entrar em favela por medo de traficantes
DO RIO
Os principais chefes do
tráfico no Complexo do Alemão e na Vila Cruzeiro seguem foragidos após as operações de retomada das comunidades pela polícia do
Rio de Janeiro. Luciano Martiniano da Silva, o Pezão, que
chefiava o Comando Vermelho no Complexo do Alemão,
e Fabiano Atanázio da Silva,
o FB, comandante do tráfico
na Vila Cruzeiro, têm paradeiro desconhecido.
Também está foragido o
chefe do Comando Vermelho
fora da cadeia, Alexander
Mendes da Silva, o Polegar,
que, segundo informações
da inteligência policial, estava no Alemão.
O Bope investiga denúncias de que bandidos teriam
fugido do complexo por meio
de galerias de esgoto.
O comandante do Bope,
tenente-coronel Paulo Henrique de Moraes, disse que moradores relataram que criminosos obrigaram funcionários das obras do PAC (Programa de Aceleração do
Crescimento) a fazer dutos
largos para eles fugirem.
As obras no complexo foram iniciadas em março de
2008 e incluem, além da
construção de conjuntos habitacionais, a recuperação de
ruas e instalação de redes de
saneamento e iluminação
pública, além de equipamentos sociais.
Em nota, a Secretaria Estadual de Obras e a Empresa de
Obras Públicas do Estado do
Rio (Emop), responsáveis pelas obras, disseram que "as
obras seguem rigorosamente
os projetos aprovados pela
Caixa Econômica Federal,
são sistematicamente fiscalizadas e medidas, e não podem ser alteradas".
Ontem, a operação pente-fino das polícias Militar e Civil no Complexo do Alemão
apreendeu ao menos 95 quilos de cocaína, uma quantidade não especificada de
maconha e crack, além de 12
fuzis, dez granadas, pistolas,
facas e bombas caseiras.
MEDO
Apesar da ocupação da polícia e dos militares no Complexo do Alemão, funcionários terceirizados da Light,
distribuidora de energia do
Rio, se recusavam a entrar
nas favela da Grota, ponto
base da operação integrada
polícia e Forças Armadas.
Eles temiam um ataque de
traficantes escondidos, que
teriam interesse nos uniformes que usavam, para saírem disfarçados da comunidade.
"Só vamos entrar se a polícia nos acompanhar no trabalho. Nosso uniforme é bastante visado", afirmou o medidor Jorge Luiz Costa.
José Lourenço Guimarães,
46, que há 15 anos trabalha
como marcador dos medidores de consumo de luz em comunidades da zona norte, estava na mesma situação. Ao
lado de outros seis funcionários, lembrava quando foi espancado por traficantes sob
suspeita de ser um policial
disfarçado.
(DIANA BRITO, CIRILO JÚNIOR E LUIZA SOUTO)
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