São Paulo, terça-feira, 30 de novembro de 2010

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Drogas e armas ainda compõem cenário da Rocinha

VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

O clima de que a situação no Rio está "dominada" pela polícia não existe na maior favela da cidade. Na Rocinha, a venda de drogas e circulação de homens armados ainda ocorre à luz do dia.
Nem é preciso desbravar os becos e travessas para ver homens armados de pistolas e aviõezinhos vendendo papelotes de cocaína e de maconha no varejo. As cenas de tráfico são vistas na estrada que liga o bairro da Gávea à praia de São Conrado.
Por estar na zona sul, entre os bairros de classe média, a Rocinha é o centro de distribuição de drogas mais lucrativo para o tráfico no Rio. A comunidade é o próximo alvo da polícia, diz o governo.
No início da tarde de ontem, não havia policiamento. Homens com pistola na cintura subiam em motos, outros carregavam pacotes de um pó branco e adolescentes enrolavam cigarros de maconha e preparavam papelotes do que parecia ser cocaína.
Apesar da promessa de ocupação policial, o movimento na favela era normal para uma segunda-feira, segundo relato de moradores.
No fim de semana, moradores disseram à Folha que já estocam comida e água à espera de incursões policiais. Médicos do pronto-socorro da prefeitura dizem que colegas abandonaram o plantão.
Com a ocupação do Alemão surgiram boatos de que chefes do tráfico teriam se refugiado na Rocinha. Os médicos temiam incursões.
A prefeitura nega e diz que há apenas o registro de uma médica que pediu transferência da unidade, mas que trabalha normalmente.
As operações até agora não impactaram no preço da droga, segundo especialistas. "Boa parte é entregue em domicilio", diz o sociólogo Inácio Cano, da UERJ (Universidade do Estado do Rio).


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