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Drogas e armas ainda compõem cenário da Rocinha
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
O clima de que a situação
no Rio está "dominada" pela
polícia não existe na maior
favela da cidade. Na Rocinha, a venda de drogas e circulação de homens armados
ainda ocorre à luz do dia.
Nem é preciso desbravar
os becos e travessas para ver
homens armados de pistolas
e aviõezinhos vendendo papelotes de cocaína e de maconha no varejo. As cenas de
tráfico são vistas na estrada
que liga o bairro da Gávea à
praia de São Conrado.
Por estar na zona sul, entre
os bairros de classe média, a
Rocinha é o centro de distribuição de drogas mais lucrativo para o tráfico no Rio. A
comunidade é o próximo alvo da polícia, diz o governo.
No início da tarde de ontem, não havia policiamento.
Homens com pistola na cintura subiam em motos, outros carregavam pacotes de
um pó branco e adolescentes
enrolavam cigarros de maconha e preparavam papelotes
do que parecia ser cocaína.
Apesar da promessa de
ocupação policial, o movimento na favela era normal
para uma segunda-feira, segundo relato de moradores.
No fim de semana, moradores disseram à Folha que
já estocam comida e água à
espera de incursões policiais.
Médicos do pronto-socorro
da prefeitura dizem que colegas abandonaram o plantão.
Com a ocupação do Alemão surgiram boatos de que
chefes do tráfico teriam se refugiado na Rocinha. Os médicos temiam incursões.
A prefeitura nega e diz que
há apenas o registro de uma
médica que pediu transferência da unidade, mas que
trabalha normalmente.
As operações até agora
não impactaram no preço da
droga, segundo especialistas. "Boa parte é entregue em
domicilio", diz o sociólogo
Inácio Cano, da UERJ (Universidade do Estado do Rio).
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