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OUSADIA NO RIO
Policiais eram responsáveis por traficante morto em ação de resgate
Integrantes da Polinter são afastados
DA SUCURSAL DO RIO
O chefe da Polícia Civil, Álvaro
Lins, afastou ontem seis policiais
responsáveis pela carceragem da
Polinter (Polícia Interestadual e
de Capturas), onde o traficante
Marcélio de Souza Andrade, 29,
estava preso. À tarde, a governadora Rosinha Matheus anunciou
que a Polinter será fechada até o
fim de janeiro.
Por determinação da governadora, todos os presos serão transferidos para as 11 casas de custódia que existem no Estado. "A Polinter não tem mais condições de
funcionar do jeito que está. Polícia que prende não pode ficar
guardando presos. Os detentos
devem estar sob responsabilidade
do sistema penitenciário", afirmou em nota à imprensa.
Na terça, uma operação de resgate de Andrade resultou na morte de dois policiais civis que o conduziam -com mais seis detentos-, do próprio criminoso e de
um integrante de seu bando, em
tiroteio iniciado no fórum da Ilha
do Governador, onde prestaria
depoimento.
De acordo com o depoimento
de Deivid Anthony Silva de Luna,
21, preso na tentativa de resgatar
Andrade que iria depor no fórum,
o traficante teria planejado toda a
ação de dentro da carceragem da
Polinter de onde usava um telefone celular para falar com comparsas. Em duas buscas dentro das
celas da Polinter nas últimas 24
horas, a polícia não conseguiu encontrar nenhum celular.
"Esclarecer o caso agora é ponto
de honra da Polícia Civil, porque
quem possibilitou por ação ou
omissão a entrada desse celular
concorreu de alguma forma para
a trágica morte dos policiais", disse Marcelo Itagiba, secretário de
Segurança Pública do Rio.
O chefe da Polícia Civil disse
que não fará grandes mudanças
na estrutura da Polinter, onde ficam detidos aqueles que ainda
não foram condenados, tem um
histórico de superlotação. Onde
há vagas para 260 presos, hoje estão mais de 1.346.
O delegado da Polinter, Cláudio
Góis, disse que não providenciou
reforço na escolta dos presos por
desconhecer a periculosidade de
Andrade, que era da facção ADA
(Amigos dos Amigos) e o principal organizador de "bondes" (invasões) a redutos de rivais.
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