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Operação-padrão de controladores na Argentina tem reflexos no Brasil
BRUNO LIMA
DE BUENOS AIRES
Após uma semana, foi suspensa ontem a operação-padrão implementada por controladores de vôo de Buenos Aires. Os manifestantes exigiam a
transferência imediata do controle da aviação civil na Argentina de militares para civis.
O protesto teve reflexos no
Brasil, causando atrasos nos
aeroportos do país. Na Argentina, o aeroporto Jorge Newbery
(que concentra vôos para o interior e para Montevidéu) foi o
mais atingido, mas os efeitos
repercutiram também no aeroporto internacional de Ezeiza.
Não foi divulgada a porcentagem de vôos em atraso.
A ATSA (Associação de Controladores de Tráfego Aéreo)
da Argentina informou que decidiu interromper o protesto
porque ficou satisfeita com as
"garantias" oferecidas pelo governo após reunião da entidade
com o ministro do Planejamento, Julio De Vido, um dos mais
influentes do gabinete do presidente Néstor Kirchner.
No fim da tarde, a situação já
havia se normalizado, segundo
a empresa responsável pelos
aeroportos. "Na terça, vamos
ter a situação clara do processo
de transferência. Foi o compromisso do governo", disse o presidente da entidade.
Os controladores também
reivindicam melhores condições de trabalho. Parte da categoria trabalha com contratos
temporários e não tem nenhuma garantia de renovação.
Transferência
Após ver as falhas do controle aéreo expostas em um documentário e investigadas pela
Justiça, a ministra da Defesa,
Nilda Garré, anunciou em setembro que faria a mudança do
comando da aviação civil da
Força Aérea para a Secretaria
Nacional de Transportes.
A promessa, entretanto, ainda não foi efetivada nem do
ponto de vista prático nem do
legal. O presidente Néstor
Kirchner ainda não assinou o
decreto da mudança.
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