São Paulo, domingo, 30 de dezembro de 2007

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Claudio Camunguelo, flauta de bamba

WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

"Quem transita na noite carioca conhece a lenda do estivador de mão gigante, que toca flauta como poucos", disse certa vez um conhecido músico ao referir-se a Claudio Lopes dos Santos, o Cláudio Camunguelo.
Como outros mestres do porto do Rio, também era estivador por profissão o carioca e portelense do Irajá -terra de bambas como o grande parceiro Zeca Pagodinho.
Aprendeu ainda jovem, sozinho, a tocar flauta -que fazia, de bambu, para poder arrancar melodias. Logo versou-se partideiro, começou a compor músicas de roda e a cantar e dançar nas gafieiras.
Usava boina e corrente no pescoço e mesmo sem saber ler partitura, gravava jingles para o rádio e fazia arranjos, os mais famosos em parceria com Zeca Pagodinho. Juntos compuseram "Sinuca de Bico" -que o projetou no cenário carioca e o garantiu parcerias como as de Nei Lopes e Silvério Pontes.
Mesmo admirado nas rodas de samba, só gravou um disco no fim da carreira -ainda em finalização. Gravadas mesmo, só algumas participações e um compacto de 1984, onde se ouve "Amarguras", composta com Zeca. Morreu na segunda, por complicações do diabetes, no Rio, aos 61.


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