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Claudio Camunguelo, flauta de bamba
WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
"Quem transita na noite
carioca conhece a lenda do
estivador de mão gigante,
que toca flauta como poucos", disse certa vez um conhecido músico ao referir-se
a Claudio Lopes dos Santos,
o Cláudio Camunguelo.
Como outros mestres do
porto do Rio, também era estivador por profissão o carioca e portelense do Irajá -terra de bambas como o grande
parceiro Zeca Pagodinho.
Aprendeu ainda jovem, sozinho, a tocar flauta -que fazia, de bambu, para poder arrancar melodias. Logo versou-se partideiro, começou a
compor músicas de roda e a
cantar e dançar nas gafieiras.
Usava boina e corrente no
pescoço e mesmo sem saber
ler partitura, gravava jingles
para o rádio e fazia arranjos,
os mais famosos em parceria
com Zeca Pagodinho. Juntos
compuseram "Sinuca de Bico" -que o projetou no cenário carioca e o garantiu parcerias como as de Nei Lopes e Silvério Pontes.
Mesmo admirado nas rodas de samba, só gravou um
disco no fim da carreira
-ainda em finalização. Gravadas mesmo, só algumas
participações e um compacto de 1984, onde se ouve
"Amarguras", composta com
Zeca. Morreu na segunda,
por complicações do diabetes, no Rio, aos 61.
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