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Soninha irá assumir a Subprefeitura da Lapa
Candidata derrotada à prefeitura, vereadora do PPS deve bater o martelo em conversa com o prefeito Kassab nos próximos dias
CATIA SEABRA
CONRADO CORSALETTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Candidata derrotada na sucessão paulistana de outubro, a
vereadora Soninha Francine
(PPS) deve assumir a Subprefeitura da Lapa (zona oeste) no
segundo mandato de Gilberto
Kassab (DEM).
O prefeito ligou para ela dias
atrás a fim de conversar sobre o
assunto. Os detalhes da nomeação serão definidos numa nova
conversa, marcada para os primeiros dias de janeiro.
Com a ida de Soninha para a
Lapa, o subprefeito de Casa
Verde, Marcos Gadelha, também do PPS, terá de deixar o
posto, a fim de não "inchar" a
cota do partido na administração. Essa vaga será ocupada por
Walter Abraão Filho (DEM), filho do conselheiro aposentado
do TCM (Tribunal de Contas
do Município) Walter Abraão.
Além de uma subprefeitura,
o PPS conta com uma secretaria na gestão Kassab, a de Serviços, que tem sob sua responsabilidade o contrato bilionário
da coleta de lixo em São Paulo.
Animação
"A idéia de ser subprefeita
me deixa animada", disse a vereadora Soninha, que terminou
a disputa pela prefeitura na
quarta colocação, atrás de Kassab, de Marta Suplicy (PT) e de
Paulo Maluf (PP). "Acho que
você poderia ser subprefeita, já
que quis ser prefeita", disse
Kassab, na conversa que teve
com a vereadora.
Desde que foi eleita vereadora pelo PT, Soninha mantém
uma boa relação com a atual
administração, que começou
sob o comando do hoje governador José Serra (PSDB). O tucano, inclusive, é um dos poucos políticos que costuma receber elogios públicos dela.
A vereadora costumava criticar os ex-colegas de bancada,
que segundo ela faziam oposição ao então prefeito José Serra
independentemente do mérito
do projeto em discussão.
Em atrito com os vereadores
petistas, deixou o partido no
meio da atual legislatura, transferindo-se para o PPS, aliado do
PSDB e do DEM no plano nacional e detentor de cargos na
gestão municipal.
Inimizades
Mas Soninha não fez inimizades apenas na bancada do
PT. Ela ganhou a antipatia de
boa parte dos integrantes da
Câmara Municipal por criticar
processos de votação, a falta de
discussões de projetos e de, durante a campanha à prefeitura,
levantar suspeitas sobre compra de votos.
Foi retaliada diversas vezes
pelos caciques do Legislativo
paulistano. Tanto que a divulgação do convite para que ocupe uma subprefeitura chegou a
ser motivo de preocupação no
gabinete de Kassab.
As subprefeituras, principalmente as de regiões periféricas
-o que não é o caso da Lapa-,
são espaços onde os vereadores
exercem forte influência política. Ter alguém arredio a eles no
comando de uma delas, mesmo
numa região mais central, pode
se transformar num problema
a partir das próximas semanas.
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