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Investimentos caem, mas prefeito diz que deixará R$ 800 mi em caixa para sucessor
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Neste ano, os investimentos
da Prefeitura do Rio devem cair
cerca de 15%, mantida a atual
previsão orçamentária. Cesar
Maia diz que concluirá 2008
com R$ 800 milhões em caixa,
considerando os R$ 400 milhões que deixará para pagar a
folha de pagamento de janeiro
antecipadamente. "A prefeitura tem uma capacidade de investimentos com recursos próprios de uns R$ 700 milhões
por ano e tem aplicado até mais
que isso", afirma o prefeito.
Nos últimos 16 anos, o Rio
perdeu peso no PIB -tanto em
nível nacional como na economia do próprio Estado-, reduziu sua vocação industrial e não
encontrou uma nova fonte de
dinamismo econômico capaz
de compensar tal esvaziamento. Ao mesmo tempo, o município se manteve com a menor taxa de desemprego entre as seis
regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE.
Pelos números do IBGE, a
participação do PIB do Rio no
do país cedeu de 6,2% em 2002
para 5,4% em 2006, último dado disponível. Manteve-se como a segunda maior economia
municipal do país, atrás apenas
de São Paulo.
Na produção de riqueza industrial, porém, perdeu terreno para Campos dos Goytacazes, no norte fluminense, maior
pólo produtor de petróleo do
país, que assumiu a segunda
posição, atrás também de São
Paulo. No setor fabril, a participação do Rio caiu de 3,4% para
2,4% entre 2002 e 2006.
Esvaziamento
Mas é fato que o Rio sofreu
um esvaziamento econômico,
com a migração de empresas a
outras cidades -como CSN e
Aracruz para São Paulo e unidades da Souza Cruz para o Rio
Grande do Sul, por exemplo.
"Houve migração da indústria e do setor financeiro. E não
veio nada no lugar. O Rio tem
de pensar suas vocações, como
turismo, lazer e esporte", afirma Laura Domingues, secretária-executiva da ONG Rio Como Vamos.
Domingues afirma que, mesmo com geração expressiva de
postos de trabalho, a cidade
convive com uma informalidade elevada em relação aos demais grandes centros urbanos.
Na cidade, o contingente de
trabalhadores por conta própria era de 20,8% em outubro,
contra 18,5% da média das seis
regiões pesquisadas pelo IBGE.
Tal distância se mantém em toda a série da pesquisa, iniciada
em 2002. Uma das causas, diz, é
a desordem urbana.
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