São Paulo, terça-feira, 30 de dezembro de 2008

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Investimentos caem, mas prefeito diz que deixará R$ 800 mi em caixa para sucessor

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Neste ano, os investimentos da Prefeitura do Rio devem cair cerca de 15%, mantida a atual previsão orçamentária. Cesar Maia diz que concluirá 2008 com R$ 800 milhões em caixa, considerando os R$ 400 milhões que deixará para pagar a folha de pagamento de janeiro antecipadamente. "A prefeitura tem uma capacidade de investimentos com recursos próprios de uns R$ 700 milhões por ano e tem aplicado até mais que isso", afirma o prefeito.
Nos últimos 16 anos, o Rio perdeu peso no PIB -tanto em nível nacional como na economia do próprio Estado-, reduziu sua vocação industrial e não encontrou uma nova fonte de dinamismo econômico capaz de compensar tal esvaziamento. Ao mesmo tempo, o município se manteve com a menor taxa de desemprego entre as seis regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE.
Pelos números do IBGE, a participação do PIB do Rio no do país cedeu de 6,2% em 2002 para 5,4% em 2006, último dado disponível. Manteve-se como a segunda maior economia municipal do país, atrás apenas de São Paulo.
Na produção de riqueza industrial, porém, perdeu terreno para Campos dos Goytacazes, no norte fluminense, maior pólo produtor de petróleo do país, que assumiu a segunda posição, atrás também de São Paulo. No setor fabril, a participação do Rio caiu de 3,4% para 2,4% entre 2002 e 2006.

Esvaziamento
Mas é fato que o Rio sofreu um esvaziamento econômico, com a migração de empresas a outras cidades -como CSN e Aracruz para São Paulo e unidades da Souza Cruz para o Rio Grande do Sul, por exemplo.
"Houve migração da indústria e do setor financeiro. E não veio nada no lugar. O Rio tem de pensar suas vocações, como turismo, lazer e esporte", afirma Laura Domingues, secretária-executiva da ONG Rio Como Vamos.
Domingues afirma que, mesmo com geração expressiva de postos de trabalho, a cidade convive com uma informalidade elevada em relação aos demais grandes centros urbanos. Na cidade, o contingente de trabalhadores por conta própria era de 20,8% em outubro, contra 18,5% da média das seis regiões pesquisadas pelo IBGE. Tal distância se mantém em toda a série da pesquisa, iniciada em 2002. Uma das causas, diz, é a desordem urbana.


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