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AIDS
Kaletra substituirá 5 anti-retrovirais comprados pelo SUS
Governo e laboratório fazem acordo para reduzir preço de medicamento
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério da Saúde acertou
com o laboratório Abbott a redução do preço do medicamento
Kaletra, utilizado no coquetel de
anti-retrovirais para pacientes
com Aids. Com o acordo, serão
economizados US$ 30 milhões na
compra do medicamento neste
ano. O preço caiu de US$ 2,97 para US$ 1,60 por unidade, o que representa uma redução de 46%.
O acordo aconteceu depois que
o ministro José Serra (Saúde)
ameaçou requerer a liberação
compulsória - quebra de patente- do produto. Essa é a terceira
vez que o governo brasileiro consegue reduzir o preço de medicamentos. "Conseguimos uma boa
redução agora, mas não está afastada a hipótese da quebra da patente", disse o ministro.
O governo vai fazer uma compra inicial para seis meses do Kaletra, esperando que haja redução
do preço da matéria-prima do
medicamento no mercado internacional. O laboratório estatal
Far-Manguinhos já iniciou a pesquisa da fórmula do Kaletra para
uma eventual necessidade de fabricação do remédio no Brasil.
Em agosto do ano passado, Serra ameaçou quebrar a patente de
outro medicamento anti-Aids, o
Nelfinavir, fabricado pelo laboratório Roche. O ministério queria
uma redução de 50% no preço,
mas a empresa oferecia uma proposta menor. A pressão pela quebra da patente fez a Roche diminuir o preço, e o ministério desistiu de quebrar a patente.
Condições
A redução de preços era uma
condição imposta ao laboratório
Abbott pelo Ministério da Saúde
para que o produto fosse incluído
na lista de medicamentos distribuídos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde. Aproximadamente 7.500 pacientes com
Aids têm indicação terapêutica
para usar esse medicamento.
Se o acordo não fosse alcançado, o ministério gastaria neste ano
R$ 153,66 milhões com a compra
do medicamento. O gasto ficará
em R$ 82,78 milhões ao ano. Com
a aquisição do Kaletra, haverá
economia de R$ 45,82 milhões,
pois ele substituirá outros cinco
anti-retrovirais comprados pelo
sistema público.
O laboratório Abbott também
se comprometeu a doar ao Ministério da Saúde toda a medicação
necessária para o tratamento de
crianças com Aids com até 12
anos, cerca de US$ 3 milhões.
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