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Traficante da Rocinha pode ter trocado de facção
DA SUCURSAL DO RIO
A polícia do Rio investiga se
Luciano Barbosa da Silva, o Lulu, chefe do tráfico de drogas na
favela da Rocinha (zona sul),
trocou o CV (Comando Vermelho) pela facção TC/ADA
(parceria entre Terceiro Comando e Amigo dos Amigos).
Segundo a polícia, a quadrilha arrecada na favela, por mês,
R$ 50 milhões com a venda de
cocaína e maconha. Seria o
mais rentável ponto-de-venda
de drogas do Estado do Rio.
Os moradores vivem sob tensão há pelo menos duas semanas. O medo começou depois
que Eduíno de Araújo Filho, o
Dudu, antigo chefe do tráfico,
fugiu da cadeia e tentou retomar o controle da Rocinha,
sendo impedido por Lulu.
Segundo o titular da DRE
(Delegacia de Repressão a Entorpecentes), delegado Túlio
Pelosi, a ordem para Dudu
reassumir a Rocinha partiu de
Isaías da Costa Rodrigues, o
Isaías do Borel, e Márcio Nepomuceno, o Marcinho VP, chefes do CV presos na penitenciária Bangu 1 (zona oeste).
Pelosi informou que Lulu
não aceitou a ordem, o que, segundo ele, é um indício de que
teria mudado de facção.
O delegado disse que o CV
planeja invadir a Rocinha. A
facção estaria reunindo, na favela da Grota (zona norte), traficantes de áreas aliadas, como
o complexo de Manguinhos e a
favela do Jacarezinho.
A polícia tem informações de
que, desde 2002, Lulu planejava
mudar de facção. Gravações telefônicas feitas com autorização judicial mostraram que ele
e Ernaldo Pinto de Medeiros, o
Uê, um dos fundadores da
ADA, negociavam armas.
Pelosi disse que Lulu não repassa dinheiro para os líderes
presos do CV e não concorda
em participar de "bondes"
(comboios armados) para invadir áreas inimigas.
Para a coordenadora de Inteligência da Polícia Civil, Marina
Maggessi, Lulu, por ter armas e
"soldados" suficientes para
criar outra facção, não precisaria ingressar em outra.
O recém-eleito presidente da
União Pró-Melhoramentos da
Rocinha, William de Oliveira,
afirmou que "já entregou para
Deus". Ele disse que a comunidade está na expectativa de
uma guerra, mas negou a informação de que os moradores teriam instituído um toque de recolher informal.
Oliveira disse que a polícia
tem contribuído para aumentar a sensação de medo. De
acordo com ele, desde que surgiram as primeiras suspeitas de
guerra, a polícia intensificou as
ações na favela.
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