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Passagem de metrô e trem sobe para R$ 2,40
Reajuste autorizado por Serra, de 4,35%, ficou abaixo da inflação acumulada no período, de 4,96% pelo IPCA, do IBGE
Aumento começa a valer a partir de 9 de fevereiro; bilhete único integrado (ônibus mais metrô) vai
de R$ 3,50 para R$ 3,65
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
A tarifa do metrô e dos trens
em São Paulo vai aumentar de
R$ 2,30 para R$ 2,40 a partir do
dia 9 de fevereiro, sábado.
O reajuste de 4,35% foi autorizado pelo governador José
Serra (PSDB) num momento
de desgaste da imagem do metrô, motivado pela superlotação crescente e agravado pela
série de panes técnicas ocorridas neste ano -foram quatro
em menos de duas semanas.
O bilhete único integrado
(que permite viagens sucessivas entre os ônibus municipais
e a rede de metrô ou trens)
também vai subir, de R$ 3,50
para R$ 3,65, assim como a tarifa dos coletivos metropolitanos
de São Paulo, Campinas e Baixada Santista -até 4,35%.
Abaixo da inflação
Os aumentos serão um pouco abaixo da inflação acumulada desde a data do último reajuste, em novembro de 2006
-5,46% pelo IPC, da Fipe, e
4,96% pelo IPCA, do IBGE.
Para os passageiros da rede
metroferroviária, será ainda
mais vantajoso a partir de agora
optar pelos chamados bilhetes
incentivados, de uso exclusivo
no metrô e na CPTM -sem integração com os ônibus-, e que
não sofrerão reajustes.
O "cartão fidelidade" manterá seu preço de R$ 42 pela recarga fixa de 20 passagens -ou
seja, R$ 2,10 por viagem.
O "bilhete lazer", válido das
18h de sábado à 0h de domingo,
além de feriados, seguirá a R$
20 pela recarga fixa de dez viagens -R$ 2 por passagem.
Os reajustes eram preparados havia ao menos dois meses.
O prefeito Gilberto Kassab
(DEM), aliado de Serra, informou ontem, por meio de sua assessoria de imprensa, que não
está prevista a elevação do valor dos ônibus municipais
-que custam hoje R$ 2,30.
A expectativa das viações,
que são próximas do prefeito, é
de que a alta ocorra após as eleições deste ano, quando Kassab
deve tentar se reeleger.
A passagem do metrô mais
cara que a dos ônibus retoma
uma condição adotada por Estado e prefeitura até 2006.
A Secretaria dos Transportes
Metropolitanos diz que os passageiros que comprarem os bilhetes unitários pelos atuais R$
2,30 poderão utilizá-los por
tempo indeterminado. Já os
créditos do bilhete único adquiridos até 8 de fevereiro serão debitados a partir do dia 9
de acordo com as novas tarifas
-R$ 2,40 a individual e R$ 3,65
a integrada com os ônibus.
Atualmente há subvenções
dadas pelo Estado ao sistema
-que cresceram depois da integração do bilhete único dos
ônibus, iniciada em 2005.
Os subsídios são aprovados
por especialistas como forma
de barateamento da tarifa, mas
há uma pressão crescente de
técnicos do Estado para reduzir
esses valores e revertê-los em
investimentos na construção
da rede metroferroviária.
Crise no metrô
O reajuste ocorre num momento de crise do metrô, que
teve em 2007 sua pior da década -queda de 92% para 87% no
nível de satisfação.
Neste ano, quatro panes técnicas prejudicaram milhões de
usuários e levaram a gestão
Serra a divulgar medidas de reforço na manutenção e operação, inclusive a contratação
emergencial de funcionários.
Parte dos problemas é atribuída à superlotação -a demanda saltou mais de 25% em
dois anos, atingindo patamares
recordes após a integração com
os ônibus pelo bilhete único. A
gestão Serra avalia que a rede
funciona com 30% de demanda
superior à média esperada.
O secretário dos Transportes
Metropolitanos, José Luiz Portella, chegou a encaminhar um
e-mail ao governador na semana retrasada com alertas.
O jornalista Lauro Jardim divulgou anteontem em sua coluna "Radar On-line" que, no texto enviado a Serra, Portella falou diversas vezes em "riscos" e
"crescimento dos riscos" no
metrô, além de criticar pontos
da construção e da manutenção do metrô em períodos anteriores -inclusive no governo
Geraldo Alckmin (PSDB).
A assessoria de imprensa do
secretário Portella negou haver
divergências com a gestão tucana anterior em relação à administração do sistema.
Ela disse que os "riscos" citados por Portella no e-mail não
se referem à segurança, mas à
elevação de custos e à possibilidade de problemas técnicos até
a conclusão dos investimentos
nos próximos dois anos -incluindo a compra de trens.
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