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Projeto estimula criança a opinar sobre a gestão
FERNANDA MENA
DA REPORTAGEM LOCAL
Numa assembléia do Conselho
do Orçamento Participativo de
São Paulo, uma menina de 11 anos
levanta para expor as idéias de
crianças por ela representadas sobre, por exemplo, os gastos municipais com educação. A cena pode
parecer estranha, mas deve se tornar fato a partir de hoje -quando
a prefeita Marta Suplicy lançará o
projeto Orçamento Participativo
Criança, durante o 3º Congresso
Municipal de Educação.
"As questões discutidas pelo
conselho têm a ver também com a
vida das crianças", diz Félix Sanchez, coordenador do Orçamento
Participativo de São Paulo.
O OP Criança quer fomentar a
participação de alunos da rede
pública de sete a 14 anos na gestão
do município. Ele terá caráter
consultivo, não deliberativo.
Para quem acha que criança não
deveria apitar fora do parquinho
do prédio, o psiquiatra infantil do
Hospital das Clínicas Estevão Vadasz esclarece: "Como é algo participativo, e não decisório, é um
exercício de cidadania. Se fosse
decisório, seria complicado, pois
as crianças não tem o discernimento e crítica amadurecidos".
Cada escola terá representantes
eleitos que debaterão as demandas dos alunos para a melhoria do
ensino naquela unidade. Pares de
delegados das escolas participarão dos fóruns do OP Criança em
cada uma das 31 subprefeituras da
cidade. Delegados de cada região
participarão de um fórum municipal, que elegerá dois conselheiros titulares do Conselho do Orçamento Participativo.
"É uma possibilidade de participação direta desde a unidade escolar até a cidade como um todo",
explica Cida Sonvesso, coordenadora de Projetos Especiais da Secretaria de Educação.
Em 2003, um projeto piloto do
OP Criança funcionou em quatro
unidades dos CEUs (Centros
Educacionais Unificados). "Os
alunos trouxeram demandas diferentes e pertinentes. Muitas delas não pedem um centavo de investimento para serem supridas."
"Antes, eu só opinava e dava
idéias na minha casa. O OP Criança abriu espaço para a nossa cidadania e para debates para a melhoria da escola", diz Uitila Tarlei,
11, participante do projeto piloto.
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