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Corpo docente estável influi no resultado
Escola com praticamente os mesmos professores há dez anos tem desempenho melhor que outra com quadro em formação
Plínio Salgado foi a 14º escola na prova Brasil, já a Ayrton Oliveira foi a sétima com menor média; ambas estão no Grajaú, zona sul de SP
EM SÃO PAULO
DA REPORTAGEM LOCAL
A diferença que faz um corpo
docente estável e com tempo
médio de casa elevado -uma
das principais hipóteses da Secretaria Municipal de Educação para explicar resultados tão
diferentes- se aplica perfeitamente ao caso dos colégios do
Grajaú (zona sul de São Paulo)
com desempenhos díspares.
Na Plínio Salgado, a 14ª melhor escola com 254 pontos na
Prova Brasil, a direção é a mesma desde 1989. Boa parte dos
professores também trabalha
na instituição há mais de dez
anos.
"Verificamos periodicamente quais são as dificuldades dos
estudantes, que podem mudar
com o passar do tempo. Identificado o problema, podemos
aplicar atividades específicas",
afirmou a coordenadora da
unidade, Maria de Fátima Miranda. A área que mais recebe a
atenção do colégio tradicionalmente é a leitura.
Já na Ayrton Oliveira, sétima
com menor média (181 pontos),
a situação é oposta. O colégio
foi criado há apenas dois anos.
"O quadro de docentes está em
formação. Ainda falta vínculo
dos professores com a escola",
afirmou a supervisora da unidade, Rosana Pazzini.
Além disso, como o colégio é
novo, houve pouco tempo para
trabalhar a principal dificuldade dos estudantes da escola,
que é a alfabetização.
Desde o ano passado, a unidade se inscreveu em todos os
programas da prefeitura com o
objetivo de melhorar nesse
quesito.
Estrutura
Apesar das diferenças nos
desempenhos na Prova Brasil,
a estrutura das duas escolas são
muito semelhantes.
Ambas possuem três turnos
diurnos, problema conhecido
como "turno da fome", pois há
classes com aulas das 11h às
15h.
A medida é tomada em áreas
onde a demanda é grande e
apenas dois turnos (manhã e
tarde) não são suficientes. Assim, cada turma perde ao menos uma hora de aula.
Além disso, ambas as escolas
têm tamanhos semelhantes
(cerca de 1.500 alunos), e os
professores possuem salários
parecidos.
Até a percepção dos pais é parecida. "O ensino aqui é muito
bom, os professores são atenciosos", afirmou a dona de casa
Kelly Mafra, 27, que possui dois
filhos na Ayrton Oliveira.
(ANTÔNIO GOIS e FÁBIO TAKAHASHI)
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