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Segurança privada cresce 12% no Rio, diz sindicato do setor
DA SUCURSAL DO RIO
O medo da violência aumentou o faturamento da indústria
de segurança privada e alterou
hábitos de moradores nas grandes cidades brasileiras.
Jucélia Besa, que mora no
bairro do Grajaú (zona norte do
Rio de Janeiro) desde que
nasceu, em 1943, vai na contramão dos que evitam sair de casa
à noite com medo de sofrer
algum assalto.
"Minha mãe fica sempre
preocupada e pede que eu ligue
sempre quando chegar em casa. Mas nunca me aconteceu
nada. Eu vejo, no entanto, que à
noite só anda nas ruas quem
tem cachorro. Antes, era um
hábito mais comum", diz ela.
Ana Tinelli, moradora de Vila
Isabel (também na zona norte
da cidade) há mais de 50 anos,
não teve a mesma sorte e já foi
assaltada dentro do ônibus.
Por causa disso, ela afirma
que utiliza apenas o ônibus em
horário de pico, quando está
cheio e aparenta ser mais seguro. Ela reclama também que, no
bairro onde mora, vários vizinhos decidiram contratar
agentes de segurança privada e
fechar ruas com a instalação de
cancela, diminuindo a circulação de veículos.
Na capital paulista, onde a
probabilidade de sofrer qualquer tipo de crime é de 85%,
Lygia Horta, moradora de
Moema (zona sul), tomou atitudes drásticas.
Para reduzir os riscos de assaltos a sua casa, ela deixou de
contratar empregados domésticos e aumentou os muros.
"Desde que a onda de violência começou, lá pelos anos 80,
passamos a investir mais em
segurança. Hoje, os vizinhos
brincam que minha casa parece
uma fortaleza, com grades e
muros altos", conta ela.
Setor cresce
O presidente do Sindicato
das Empresas de Segurança
Privada do Rio de Janeiro, Frederico Camara, afirma que o faturamento do setor tem crescido numa média de 10% a 12%
ao ano. Ele diz ainda que um
dos serviços cuja procura mais
aumentou foi o de escolta.
"Antes, somente as pessoas
da classe média alta pagavam
para obter serviços de segurança privada. Atualmente, mais
gente contrata esse tipo de serviço e muitos escolhem apenas
pelo serviço de escolta, como
um grupo de idosos que decide
ir ao teatro e divide os custos
da segurança. Em muitos casos,
no entanto, é preciso alertar
para o risco de contratar serviços ilegais, comuns principalmente em vias públicas", afirma Camara.
Em São Paulo, José Adir
Loiola, presidente do Sindicato
das Empresas de Segurança
Privada do Estado, afirma que o
crescimento do setor no Estado
está hoje estabilizado em cerca
de 5%, depois de um período de
forte crescimento que se encerrou há quatro anos.
"Quase todas as empresas e
órgãos públicos já têm serviços
de segurança privada. O que está impulsionando o mercado
em São Paulo são os novos condomínios e escritórios que estão surgindo."
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