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Menina morre após cair de prédio de SP
Polícia afirma que garota de cinco anos foi jogada pela janela; havia manchas de sangue no quarto e um buraco na tela de proteção
Pai de Isabella disse que
havia deixado filha no
quarto dormindo, enquanto
foi até a garagem buscar os
outros dois filhos menores
André Vicente/Folha Imagem
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A madrasta de Isabella, Anna Jabota, é levada para depoimento
DA REPORTAGEM LOCAL
A menina Isabella Oliveira
Nardoni, 5, morreu na noite de
anteontem após cair do sexto
andar de um prédio de classe
média na região do Carandiru,
zona norte de São Paulo. A polícia afirma se tratar de homicídio. Havia marcas de sangue e
um buraco na tela da janela de
onde ela teria sido jogada.
Isabella não morava no prédio, mas a cada 15 dias passava
os fins de semana no local, onde
mora o pai, o consultor jurídico
Alexandre Alves Nardoni, 29, e
sua atual mulher Anna Carolina Trota Peixoto Jabota, 24.
Em depoimento à policia, o
pai da garota afirmou que havia
deixado Isabella no quarto,
dormindo, enquanto desceu
até a garagem para buscar os
outros dois filhos -um de três
anos e outro de dez meses, filhos do seu casamento com Anna Carolina- que dormiam no
carro na companhia da mãe.
Ele declarou ainda que a família havia passado o sábado na
casa dos pais de Anna, em Guarulhos. Como as três crianças
dormiam quando chegaram ao
prédio, Nardoni disse que decidiu levar primeiro Isabella até o
apartamento para depois ajudar a mulher a subir com os outros dois filhos.
O consultor afirmou que colocou a menina na cama e trancou a porta do apartamento.
Mas ao retornar, cinco a dez
minutos depois, encontrou a
porta aberta, a luz acesa e um
buraco na tela da janela do
quarto. Segundo a polícia, não
havia sinais de arrombamento
no apartamento.
O delegado Calixto Calil Filho, titular do 9º DP (Carandiru), afirmou ontem não ter dúvida de que se trata de um crime, mas ainda não sabe apontar o autor. "Ela [Isabella] não
sofreu uma queda acidental. Alguém rompeu a tela da janela e
jogou essa criança. É impossível uma criança de cinco anos
cortar a tela e se jogar."
Para o delegado, o criminoso
pode ser ligado à criança ou ter
invadido o apartamento no
momento em que ela ficou sozinha. Havia marcas de sangue
na cama onde Isabella dormia,
no chão e na tela da janela de
onde ela teria sido jogada, segundo Calil Filho.
Ainda de acordo com o delegado, a camiseta da garota estava rasgada nas costas e há indícios de que ela fora espancada
antes de ser jogada. "O legista
disse que ela estava em processo de morte", disse ele, sem fornecer mais detalhes.
Depoimento
Ontem, o pai de Isabella e a
madrasta passaram o dia na delegacia fornecendo informações à polícia. Também foram
submetidos a exames toxicológicos e, à noite, prestaram depoimento. Segundo Calil Filho,
eles seriam liberados ontem.
Em depoimento, Nardoni
disse acreditar que um criminoso tenha invadido o edifício.
"Ele afirmou ter tido um desentendimento com uma pessoa
que trabalhou na obra do apartamento." A pessoa será procurada pela polícia.
Segundo o delegado, o pai e a
madrasta da garota não são
considerados suspeitos do crime. "Mas essa versão [do pai]
não me convenceu muito, não."
À Folha o porteiro Valdomiro da Silva Veloso, 28, declarou
que viu o carro de Nardoni entrar na garagem, mas desconhece a movimentação da família no interior do prédio porque o edifício só possui câmeras na entrada principal e na
entrada da garagem.
Apenas o apartamento de
Nardoni está ocupado no sexto
andar do prédio, segundo Veloso. O prédio é novo. Ele afirma
que entre a chegada da família
e a queda da menina só entraram no edifício moradores do
local ou pessoas autorizadas.
Colaborou o "AGORA"
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