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Pombos-correios são pegos com peças de celular perto de presídio no interior de SP
DO "AGORA"
DA REPORTAGEM LOCAL
Dois pombos-correios carregando partes desmontadas
de um celular e um carregador de bateria foram encontrados por agentes penitenciários em Sorocaba (99 km
de São Paulo) na semana
passada. A polícia acredita
que as aves estavam sendo
usadas para levar as peças
para dentro de um presídio.
Segundo o boletim de
ocorrência, o primeiro pássaro foi visto por um agente
que trabalha na portaria da
penitenciária Dr. Danilo Pinheiro, no bairro Jardim Paraná, na última quarta-feira.
O homem notou alguma
coisa estranha no pássaro,
que descansava em um fio de
alta tensão, e fez uma armadilha para pegá-lo. Havia nele uma sacolinha com peças
de um telefone celular.
Na quinta-feira, uma outra
pomba apareceu. No segundo pássaro foi encontrado
um carregador de baterias. O
delegado Celso Soramiglio,
do 1º DP, que está cuidando
do caso, disse que os agentes
recolheram os objetos e liberaram os animais, que não
foram seguidos -os pombos-correios sempre voltam
para o local de onde saíram.
A polícia tentará descobrir
quem enviou a encomenda
rastreando o telefone.
Em junho do ano passado,
a polícia apreendeu dois
pombos com uma mulher
em Marília (a 435 km de São
Paulo) e abriu investigação
para saber se eles seriam
usados para levar componentes de celular e drogas
para o presídio da região. Ela
alegou que as aves levariam
só comida para os presos.
"Pombo discriminado"
Criador de pombos-correios desde 1989 -ele tem
100 deles num viveiro em
sua casa, na Lapa-, o engenheiro mecânico Brasílio
Marcandoro Neto, 58, afirmou que é muito difícil usar
a ave para enviar objetos para dentro de um presídio.
Isso porque os pombos-correios não vão a um endereço determinado. Eles apenas "voltam para casa". Segundo Marcandoro, portanto, os pombos teriam de ser
criados dentro da prisão, retirados de lá para, só depois,
levarem objetos de volta.
"O pombo é muito discriminado em notícias assim.
Para que isso ocorresse num
presídio, ele teria de ser solto
pelo preso várias vezes para
treinar", afirmou o engenheiro mecânico, tentando
dissociar a imagem da ave do
mundo do crime.
Marcandoro integra a diretoria da Federação Paulista de Columbofilia, que promove campeonatos de pombo-correio em todo o Estado.
A columbofilia, segundo o
dicionário Houaiss, significa
"a arte da criação e adestramento de pombos".
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