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Garota é achada após sumiço de 5 anos
Desaparecida na região metropolitana de Porto Alegre quando tinha seis anos, menina é encontrada em companhia de um homem
De acordo com a polícia gaúcha, exame aponta que ela pode ter sofrido abuso sexual; preso, homem foi autuado por sequestro
SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA
Cinco anos e quatro meses
após ter sido levada por um
desconhecido quando passeava
com a irmã por uma rua do centro de Porto Alegre, uma menina de 11 anos foi localizada ontem pela Polícia Civil gaúcha.
Durante o período do desaparecimento, viveu com o suspeito do sequestro, Leandro
Santos, 34, e a mãe dele numa
casa modesta da capital. Os policiais chegaram ao local depois
de uma denúncia anônima.
Antes de desaparecer, a
criança morava em Alvorada,
região metropolitana de Porto
Alegre, a 16 km do local onde
perdeu contato com a família.
Segundo o delegado Andrei
Vivan, da Delegacia da Criança
e Adolescente Vítima, um exame indica que ela possivelmente foi vítima de abuso sexual.
O suspeito, preso em flagrante e autuado sob suspeita de sequestro, negou o crime e disse
que encontrou a garota sozinha
na rua e a levou para a casa. Ele
ainda não tem advogado.
Só depois de achada pela polícia, ontem de manhã, a garota
começou a lembrar, aos poucos, que um dia foi levada para
lá pelo suspeito. Ela não se reconheceu, no entanto, na foto
usada durante a sua busca.
Segundo a polícia, no momento do suposto sequestro,
em novembro 2004, a menina
tinha ido buscar um copo d'água para a irmã que passava
mal quando o suspeito se aproximou e disse que tinha autorização da mãe dela para levá-la.
Na ocasião, com seis anos e
quatro meses, a menina, ainda
segundo o delegado, lembra-se
de ter dormido após a abordagem de Santos e acordado já na
casa dele, no bairro de Sarandi,
periferia de Porto Alegre.
Nesses últimos cinco anos, a
garota teve pouco contato social e não frequentou a escola,
de acordo com o delegado, que
não considera que a menina viveu num cativeiro, mas diz que
sua liberdade era limitada.
Reencontro
Ontem mesmo a garota se
encontrou com a mãe biológica, a quem reconheceu.
No momento do reencontro,
as duas se abraçaram e choraram muito. Segundo o delegado, a mãe já tinha perdido as esperanças e, por isso, se emocionou bastante ao rever a filha.
A menina ficará aos cuidados
do Conselho Tutelar, em Alvorada. O órgão deve acompanhar
a aproximação dela com a família em conjunto com o setor de
psicologia da delegacia.
Ontem, em conversa com a
polícia, a menina tentou proteger o suspeito de sequestro -a
quem chamava de pai- e a mãe
dele -a quem se referia como
avó-, fazendo elogios aos dois.
Para o policial, o caso da menina foi difícil porque não havia
nenhuma pista sobre seu paradeiro. Várias campanhas foram
feitas para tentar localizá-la e
fotos dela foram distribuídas
em locais públicos.
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