São Paulo, quarta-feira, 31 de março de 2010

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Garota é achada após sumiço de 5 anos

Desaparecida na região metropolitana de Porto Alegre quando tinha seis anos, menina é encontrada em companhia de um homem

De acordo com a polícia gaúcha, exame aponta que ela pode ter sofrido abuso sexual; preso, homem foi autuado por sequestro

SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA

Cinco anos e quatro meses após ter sido levada por um desconhecido quando passeava com a irmã por uma rua do centro de Porto Alegre, uma menina de 11 anos foi localizada ontem pela Polícia Civil gaúcha.
Durante o período do desaparecimento, viveu com o suspeito do sequestro, Leandro Santos, 34, e a mãe dele numa casa modesta da capital. Os policiais chegaram ao local depois de uma denúncia anônima.
Antes de desaparecer, a criança morava em Alvorada, região metropolitana de Porto Alegre, a 16 km do local onde perdeu contato com a família.
Segundo o delegado Andrei Vivan, da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima, um exame indica que ela possivelmente foi vítima de abuso sexual.
O suspeito, preso em flagrante e autuado sob suspeita de sequestro, negou o crime e disse que encontrou a garota sozinha na rua e a levou para a casa. Ele ainda não tem advogado.
Só depois de achada pela polícia, ontem de manhã, a garota começou a lembrar, aos poucos, que um dia foi levada para lá pelo suspeito. Ela não se reconheceu, no entanto, na foto usada durante a sua busca.
Segundo a polícia, no momento do suposto sequestro, em novembro 2004, a menina tinha ido buscar um copo d'água para a irmã que passava mal quando o suspeito se aproximou e disse que tinha autorização da mãe dela para levá-la.
Na ocasião, com seis anos e quatro meses, a menina, ainda segundo o delegado, lembra-se de ter dormido após a abordagem de Santos e acordado já na casa dele, no bairro de Sarandi, periferia de Porto Alegre.
Nesses últimos cinco anos, a garota teve pouco contato social e não frequentou a escola, de acordo com o delegado, que não considera que a menina viveu num cativeiro, mas diz que sua liberdade era limitada.

Reencontro
Ontem mesmo a garota se encontrou com a mãe biológica, a quem reconheceu.
No momento do reencontro, as duas se abraçaram e choraram muito. Segundo o delegado, a mãe já tinha perdido as esperanças e, por isso, se emocionou bastante ao rever a filha.
A menina ficará aos cuidados do Conselho Tutelar, em Alvorada. O órgão deve acompanhar a aproximação dela com a família em conjunto com o setor de psicologia da delegacia.
Ontem, em conversa com a polícia, a menina tentou proteger o suspeito de sequestro -a quem chamava de pai- e a mãe dele -a quem se referia como avó-, fazendo elogios aos dois.
Para o policial, o caso da menina foi difícil porque não havia nenhuma pista sobre seu paradeiro. Várias campanhas foram feitas para tentar localizá-la e fotos dela foram distribuídas em locais públicos.


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