São Paulo, quarta-feira, 31 de março de 2010

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Dois novos parques ampliam proteção da serra da Cantareira

Unidades terão tamanho equivalente ao de 35 parques Villa-Lobos e vão quadruplicar área atualmente protegida

Novos espaços preservados deverão ser utilizados para a pesquisa e o ecoturismo, segundo o governo; 346 casas serão desapropriadas

DA REPORTAGEM LOCAL

A serra da Cantareira, na Grande São Paulo, terá dois novos parques estaduais, com mais de 25 mil hectares. As novas áreas de preservação ambiental equivalem a 35 parques Villa-Lobos (zona oeste da capital paulista) e serão utilizadas para pesquisa e ecoturismo.
Com trilhas, cachoeiras e até ruínas da mineração de ouro, os parques Itaberaba e Itapetinga devem ser inaugurados em 2011 após estudos que determinarão as regras de utilização. Até lá, 346 imóveis, entre residências e casas de veraneio, terão que ser desapropriadas.
As decisões constam de decreto assinado ontem pelo governador José Serra (PSDB), que, além dos parques, cria mais duas unidades de conservação na região: o monumento natural da Pedra Grande e a floresta estadual de Guarulhos.
A primeira é uma área de preservação de 3.165 hectares, onde os ocupantes poderão permanecer desde que sigam as regras de manejo. A segunda, de 92 hectares destinados à exploração sustentável, terá desapropriações.
"A região estava sofrendo muita ameaça ambiental. É área importante de mananciais, com muitas nascentes", disse o secretário do Meio Ambiente, Xico Graziano.
A serra da Cantareira -que já contava com o Parque Estadual da Cantareira, com cerca de 8.000 hectares- abriga o pouco que restou de mata atlântica nativa, além de conter mananciais que produzem 33 mil litros de água por segundo.

Estudos
A criação dos parques é resultado de um estudo que durou sete meses, após um decreto "congelar" as áreas, impedindo que sofressem qualquer intervenção. Ontem, foi determinado um novo "congelamento": 8.025 hectares na serra do Mar, próximos a Bertioga, que também devem virar unidades de conservação ambiental.
Para o ambientalista Carlos Bocuhy, conselheiro do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) e presidente do Proam (Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental), a criação dos parques é "positiva, mas não suficiente". "Esse pacotaço está muito revestido de marketing. São ações de fim de gestão que dão falsa sensação de proteção ambiental", disse.


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