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Dois novos parques ampliam proteção da serra da Cantareira
Unidades terão tamanho equivalente ao de 35 parques Villa-Lobos e vão quadruplicar área atualmente protegida
Novos espaços preservados deverão ser utilizados para a pesquisa e o ecoturismo, segundo o governo; 346 casas serão desapropriadas
DA REPORTAGEM LOCAL
A serra da Cantareira, na
Grande São Paulo, terá dois novos parques estaduais, com
mais de 25 mil hectares. As novas áreas de preservação ambiental equivalem a 35 parques
Villa-Lobos (zona oeste da capital paulista) e serão utilizadas
para pesquisa e ecoturismo.
Com trilhas, cachoeiras e até
ruínas da mineração de ouro, os
parques Itaberaba e Itapetinga
devem ser inaugurados em
2011 após estudos que determinarão as regras de utilização.
Até lá, 346 imóveis, entre residências e casas de veraneio, terão que ser desapropriadas.
As decisões constam de decreto assinado ontem pelo governador José Serra (PSDB),
que, além dos parques, cria
mais duas unidades de conservação na região: o monumento
natural da Pedra Grande e a floresta estadual de Guarulhos.
A primeira é uma área de preservação de 3.165 hectares, onde os ocupantes poderão permanecer desde que sigam as regras de manejo. A segunda, de
92 hectares destinados à exploração sustentável, terá desapropriações.
"A região estava sofrendo
muita ameaça ambiental. É
área importante de mananciais, com muitas nascentes",
disse o secretário do Meio Ambiente, Xico Graziano.
A serra da Cantareira -que já
contava com o Parque Estadual
da Cantareira, com cerca de
8.000 hectares- abriga o pouco que restou de mata atlântica
nativa, além de conter mananciais que produzem 33 mil litros de água por segundo.
Estudos
A criação dos parques é resultado de um estudo que durou sete meses, após um decreto "congelar" as áreas, impedindo que sofressem qualquer
intervenção. Ontem, foi determinado um novo "congelamento": 8.025 hectares na serra do
Mar, próximos a Bertioga, que
também devem virar unidades
de conservação ambiental.
Para o ambientalista Carlos
Bocuhy, conselheiro do Conama (Conselho Nacional do
Meio Ambiente) e presidente
do Proam (Instituto Brasileiro
de Proteção Ambiental), a criação dos parques é "positiva,
mas não suficiente". "Esse pacotaço está muito revestido de
marketing. São ações de fim de
gestão que dão falsa sensação
de proteção ambiental", disse.
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