São Paulo, quinta-feira, 31 de março de 2011

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Nos EUA, piloto do Legacy nega ter desligado transponder em voo

Americano depõe sobre colisão com Boeing da Gol, que matou 154

Sergio Lima/Folhapress
Por videoconferência, Justiça de Brasília acompanha o depoimento de Jan Paul Paladino

ÁLVARO FAGUNDES
ENVIADO ESPECIAL A CENTRAL ISLIP

Jan Paul Paladino, um dos pilotos do Legacy que colidiu com um Boeing da Gol em acidente que vitimou 154 pessoas em setembro de 2006, negou em depoimento ontem ao tribunal de Central Islip que o transponder (sistema anticolisão) do avião estivesse desligado no voo.
Segundo ele, tudo indicava que o aparelho funcionava perfeitamente. "Nenhuma mensagem indicava falha de qualquer tipo", afirmou Paladino durante a audiência no pequeno vilarejo americano, no Estado de Nova York.
O depoimento foi transmitido por videoconferência para a Justiça em Brasília, na primeira transmissão internacional desse tipo no Brasil.
Ele e o outro piloto do Legacy, Joseph Lepore -que vai depor hoje-, são suspeitos de voar com o transponder desligado. Depois do choque com a aeronave da Gol que ia de Manaus para Brasília, os dois conseguiram pousar em Mato Grosso.
Eles são acusados de atentado à segurança do tráfego aéreo, cuja pena é de reclusão de dois a cinco anos.
Paladino, que hoje trabalha na American Airlines, chamou de "teoria da conspiração" a afirmação de que eles teriam ligado o transponder só após o acidente.
"A minha preocupação principal era a sobrevivência", afirmou o piloto, que levantou a possibilidade da existência de um "buraco negro" no sistema de controle aéreo brasileiro.
"Nenhum piloto poderia prever os eventos e as falhas por parte do controle aéreo naquele dia", afirmou Paladino, no encerramento do seu depoimento, que durou cerca de sete horas.


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