|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
INTOLERÂNCIA
Justiça isenta 8 pessoas da morte de gay
DA REPORTAGEM LOCAL
Oito réus acusados de envolvimento no crime de intolerância
sexual de maior repercussão no
Brasil foram beneficiados por
uma decisão de fevereiro deste
ano de desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo.
Eles serão levados a júri popular
pelo crime de formação de quadrilha, mas não pela morte do
adestrador de cães Edson Neris da
Silva -agredido a socos e pontapés em fevereiro de 2000 na praça
da República por um grupo de
skinheads quando caminhava de
mãos dadas com o companheiro.
O crime de formação de quadrilha tem uma pena que vai de um a
três anos de reclusão; a punição
pelo crime de homicídio levou
outro dos réus desse mesmo crime a uma condenação de 19 anos
e seis meses de cadeia.
Esses oito réus haviam sido pronunciados (foram remetidos para
julgamento) em 2000 pelo crime
de formação de quadrilha, mas
não pelo de homicídio. O promotor de Justiça Marcelo Milani havia recorrido da decisão. Só em 15
de fevereiro de 2005 é que o Tribunal de Justiça -já em segunda
instância- decidiu manter a impronúncia deles por homicídio.
Na decisão, o relator do processo, desembargador Passos de
Freitas, diz que "não há nos autos
prova suficiente e bastante a demonstrar que os recorridos acima
mencionados [os réus] participaram das agressões praticadas contra as vítimas [Silva e seu companheiro, Dario Pereira Neto]".
Os oito afirmaram, durante o
processo, que eram inocentes da
morte do adestrador. Eles faziam
parte de um grupo de 18 pessoas
que foi preso em flagrante minutos depois das agressões. A ação
foi inicialmente atribuída a todo o
grupo. Dez deles já foram julgados. Dois foram absolvidos e oito,
condenados, cumprem a pena em
presídios ou já foram liberados.
O promotor Marcelo Milani diz
que lamenta a decisão do TJ.
(FABIO SCHIVARTCHE)
Texto Anterior: Diversidade: Na Parada Gay, 46% se dizem héteros Próximo Texto: Polícia indicia 4 no RS após ataque a judeus Índice
|