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Pela primeira vez desde 98, pedágio vai cair em São Paulo
Medida vale para rodovias estaduais sob administração da iniciativa privada; em alguns casos, valores serão mantidos
A situação inédita nos preços ocorre por conta do critério de correção anual previsto nos contratos com as concessionárias
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
Pela primeira vez desde a assinatura dos contratos de concessão de estradas em São Paulo, em 1998, os pedágios estaduais sob administração da iniciativa privada não terão seu
aumento de preços anual. Ao
contrário, alguns valores serão
mantidos e outros, até reduzidos a partir de 1º de julho.
Na praça que tem a maior cobrança atualmente, no sistema
Anchieta-Imigrantes, a concessionária Ecovias prevê que a tarifa para os automóveis caia R$
0,20, de R$ 14,80 para R$ 14,60,
redução que ainda depende da
confirmação do governo Cláudio Lembo (PFL).
A situação inédita nos preços
dos pedágios ocorre por conta
do critério de correção anual
previsto nos contratos firmados com as concessionárias e
que é baseado no IGP-M, da
Fundação Getúlio Vargas.
Nos últimos oito anos, esse
indicador vinha subindo acima
da maioria dos demais índices
de inflação, algo que provocou
um reajuste de quase 140% nas
tarifas -contra uma elevação
de 82% do IPCA, índice oficial
de inflação do governo- e insuflou as críticas ao programa de
concessões de rodovias do governo Covas/Alckmin (PSDB).
Ontem a FGV divulgou os resultados do IGP-M de maio. No
acumulado dos últimos 12 meses, a variação ficou negativa
em 0,33%. Dessa forma, a partir de 1º de julho as tarifas terão
de sofrer essa diminuição.
Como a variação é pequena e
os preços nos postos são arredondados, diversas praças
(principalmente as de menor
valor) manterão os mesmos
preços que são cobrados hoje.
A ABCR (Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias) prevê que, em geral, nas
praças que tiverem mudança, a
redução do preço será de R$
0,10, exceto no sistema Anchieta-Imigrantes, onde é calculada
queda de R$ 0,20 no pedágio de
planalto e a manutenção do valores dos demais postos administrados pela Ecovias.
A Artesp (agência do governo
que regula as concessões) ainda
vai calcular as tarifas exatas,
com os arredondamentos, e os
preços oficiais cobrados.
A manutenção ou redução
dos pedágios às vésperas das
eleições, embora não seja proposital, é favorável aos tucanos,
já que a elevação da quantidade
de praças e dos valores é um tema que costuma ser atacado
por adversários do PSDB.
A situação excepcional verificada em 2006 enfraquece, ao
menos em parte, esses ataques.
Alckmin chegou até a cogitar
nas últimas eleições alterar a
forma de correção, do IGP-M
para outro, como o IPCA.
Moacyr Duarte, presidente
da ABCR, diz que as concessionárias vão respeitar a manutenção ou a redução das tarifas
porque é uma previsão contratual. "Vemos com tranqüilidade. O importante é que os contratos sejam sempre cumpridos pelas duas partes."
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