São Paulo, quinta-feira, 31 de maio de 2007

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Vacinação cai, e doenças aumentam em São Paulo

População recebeu quase 4 milhões de doses a menos

JUCIMARA DE PAUDA
DA FOLHA RIBEIRÃO

Queda de quase 4 milhões no total de doses de vacina aplicadas na população, queda no percentual de cobertura vacinal e aumento de casos de algumas doenças, como coqueluche e hepatite. Esse é o cenário no Estado de São Paulo, comparando 2002 e 2006. Os dados são do Ministério da Saúde com base no Programa Nacional de Imunização.
O número de doses aplicadas caiu de 30,4 milhões em 2002 para 26 milhões em 2006 -redução de 14,4%. A cobertura vacinal foi de 73,3% da população para 69,39%. A queda não é exclusiva de São Paulo. No país, foram dadas 33 milhões de doses a menos, e a cobertura caiu de 76,09% para 74,22%.
"O ministério e a Secretaria Estadual da Saúde têm consciência da redução, mas isso não faz o Programa Nacional de Imunização perder o sucesso, se comparado com os parâmetros nacionais e internacionais", diz Gabriel Oselka, professor da USP e membro do Comitê Técnico Assessor de Imunizações, que acompanha ações dos governos federal e estadual.
Segundo a Secretaria Estadual da Saúde e o ministério, em 2002 o número de vacinas foi maior devido a mudanças nos calendários das vacinas e à intensificação de campanhas.
Especialistas apontam também a redução de nascimentos de crianças -principais alvos das campanhas. Em 2002, nasceram 699.374 no Estado e, em 2006, 80.267 a menos.
Outros fatores são os atrasos na distribuição das doses nos postos de saúde, o controle da doença -que faz com que a população se sinta imune e não tome a vacina- e mitos sobre as reações adversas.

Outro lado
Mudanças nos calendários das vacinas, intensificação das campanhas em 2002 para vacina contra rubéola e hepatite B e a retirada do calendário da vacina contra o sarampo são alguns motivos dados pela Secretaria da Saúde para a queda.
A coordenadora-geral do Programa Nacional de Imunização, Luiza de Marilac Meireles Barbosa, também aponta o grande número de campanhas em 2001 e 2002 e a entrada de novas vacinas no calendário -que aglutinaram outras- como as principais causas.


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