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Vacinação cai, e doenças aumentam em São Paulo
População recebeu quase
4 milhões de doses a menos
JUCIMARA DE PAUDA
DA FOLHA RIBEIRÃO
Queda de quase 4 milhões no
total de doses de vacina aplicadas na população, queda no
percentual de cobertura vacinal e aumento de casos de algumas doenças, como coqueluche
e hepatite. Esse é o cenário no
Estado de São Paulo, comparando 2002 e 2006. Os dados
são do Ministério da Saúde com
base no Programa Nacional de
Imunização.
O número de doses aplicadas
caiu de 30,4 milhões em 2002
para 26 milhões em 2006 -redução de 14,4%. A cobertura
vacinal foi de 73,3% da população para 69,39%. A queda não é
exclusiva de São Paulo. No país,
foram dadas 33 milhões de doses a menos, e a cobertura caiu
de 76,09% para 74,22%.
"O ministério e a Secretaria
Estadual da Saúde têm consciência da redução, mas isso
não faz o Programa Nacional de
Imunização perder o sucesso,
se comparado com os parâmetros nacionais e internacionais", diz Gabriel Oselka, professor da USP e membro do Comitê Técnico Assessor de Imunizações, que acompanha ações
dos governos federal e estadual.
Segundo a Secretaria Estadual da Saúde e o ministério,
em 2002 o número de vacinas
foi maior devido a mudanças
nos calendários das vacinas e à
intensificação de campanhas.
Especialistas apontam também a redução de nascimentos
de crianças -principais alvos
das campanhas. Em 2002, nasceram 699.374 no Estado e, em
2006, 80.267 a menos.
Outros fatores são os atrasos
na distribuição das doses nos
postos de saúde, o controle da
doença -que faz com que a população se sinta imune e não
tome a vacina- e mitos sobre
as reações adversas.
Outro lado
Mudanças nos calendários
das vacinas, intensificação das
campanhas em 2002 para vacina contra rubéola e hepatite B e
a retirada do calendário da vacina contra o sarampo são alguns motivos dados pela Secretaria da Saúde para a queda.
A coordenadora-geral do
Programa Nacional de Imunização, Luiza de Marilac Meireles Barbosa, também aponta o
grande número de campanhas
em 2001 e 2002 e a entrada de
novas vacinas no calendário
-que aglutinaram outras- como as principais causas.
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