São Paulo, segunda-feira, 31 de maio de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Sedução da indústria começa com estudantes de medicina

DE SÃO PAULO

O processo de sedução da indústria de medicamentos e de equipamentos já começa nos bancos das escolas médicas. Na pesquisa do Cremesp, 74% dos médicos declararam ter presenciado ou recebido benefícios durante os seis anos de curso.
Outros 58% receberam a visita de representantes da indústria no hospital-escola. Um percentual menor (13%) teve financiamento para participar de eventos científico, cultural ou esportivo.
"Os brindes, os patrocínios já começam na graduação. Quando formado, o médico continua achando a relação natural", diz Bráulio Luna Filho, do Cremesp.
No EUA, a principais escolas médicas, como Harvard, Stanford e Michigan, criaram regras para combater o conflito de interesse. Representantes da indústria, por exemplo, não podem circular nos hospitais-escola.
Em Harvard, estudantes têm criticado professores que recebem presentes ou dinheiro da indústria farmacêutica (fazendo pesquisa ou dando cursos ou palestras). A questão é: até que ponto há isenção no que eles estão ensinando aos alunos?
Segundo Marcos Boulos, diretor da Faculdade de Medicina da USP, alguns setores do Hospital das Clínicas- como o de infectologia- já restringem o acesso dos representantes da indústria, embora outros ainda dependam das amostras grátis.
Mas ainda não há políticas de restrição em relação aos estudantes. Na sua opinião, só é justificável um professor da USP ter atividades financiadas pela indústria se ele estiver envolvido em alguma pesquisa clínica dentro da universidade.


Texto Anterior: Laboratórios dizem que conduta é rigorosa
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.