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Sedução da indústria começa com estudantes de medicina
DE SÃO PAULO
O processo de sedução da
indústria de medicamentos e
de equipamentos já começa
nos bancos das escolas médicas. Na pesquisa do Cremesp, 74% dos médicos declararam ter presenciado ou
recebido benefícios durante
os seis anos de curso.
Outros 58% receberam a
visita de representantes da
indústria no hospital-escola.
Um percentual menor (13%)
teve financiamento para participar de eventos científico,
cultural ou esportivo.
"Os brindes, os patrocínios já começam na graduação. Quando formado, o médico continua achando a relação natural", diz Bráulio
Luna Filho, do Cremesp.
No EUA, a principais escolas médicas, como Harvard,
Stanford e Michigan, criaram
regras para combater o conflito de interesse. Representantes da indústria, por
exemplo, não podem circular
nos hospitais-escola.
Em Harvard, estudantes
têm criticado professores que
recebem presentes ou dinheiro da indústria farmacêutica (fazendo pesquisa ou
dando cursos ou palestras).
A questão é: até que ponto há
isenção no que eles estão ensinando aos alunos?
Segundo Marcos Boulos,
diretor da Faculdade de Medicina da USP, alguns setores do Hospital das Clínicas-
como o de infectologia- já
restringem o acesso dos representantes da indústria,
embora outros ainda dependam das amostras grátis.
Mas ainda não há políticas
de restrição em relação aos
estudantes. Na sua opinião,
só é justificável um professor
da USP ter atividades financiadas pela indústria se ele
estiver envolvido em alguma
pesquisa clínica dentro da
universidade.
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