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FERNANDO DE SCHUELER PEREIRA DA COSTA (1964-2010)
Um professor e sua militância
ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO
Sobre a mesa do professor
Fernando de Schueler Pereira da Costa havia um bonequinho do personagem
Shrek, dado por alunos. Por
um tempo, na escola, a garotada o chamou carinhosamente pelo nome do boneco.
Fernando não se incomodava com os alunos, nem
quando alguns conversavam
pelos corredores sobre sua
sexualidade, lembra o amigo
e também professor Walmir.
Militante dos coletivos
GLBT da Apeoesp (Sindicato
dos Professores do Ensino
Oficial do Estado de SP), CUT
e PT, ele tirava de letra situações assim, contornando o
preconceito dos alunos com
conversas e brincadeiras.
Formado em história pela
USP nos anos 80, era professor do ensino médio da escola estadual Carlos de Laet e
diretor do colégio Alfredo
Inácio Trindade, conhecida
como Verdão, por ser próxima a uma área de mata.
Além de lecionar, teve forte atuação como sindicalista.
Na Apeoesp, foi diretor do
departamento jurídico, diretor regional na zona norte e
coordenador da subsede da
mesma região da capital.
Segundo o amigo, Fedo
-como Fernando era conhecido entre os colegas- foi um
dos precursores da participação do sindicato dos professores na Parada Gay, realizada anualmente na Paulista. A
Apeoesp passou a ter um carro próprio na avenida.
Como historiador, escreveu sobre a questão racial e
se envolveu no combate ao
preconceito contra negros.
Estava com uma pneumonia, que demorou a tratar.
Morreu na quinta-feira, aos
45, em decorrência de complicações da doença. Deixa o
companheiro, Wagner.
coluna.obituario@uol.com.br
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