|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TRÂNSITO
Apesar da liberação na área do túnel, via receberá corredor de ônibus à esquerda e bloqueios à direita para aterrar fiação
Rebouças terá mais interdição até novembro
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
A avenida Rebouças vai mudar
de cara no mês que vem. Acabam
no dia 20 as interdições -não as
obras- da passagem subterrânea na esquina com a av. Brigadeiro Faria Lima, mas a via ainda
será má opção, pelo menos até
novembro, para quem quiser escapar dos congestionamentos.
A prefeitura programa para as
próximas três semanas a inauguração do corredor exclusivo de
ônibus à esquerda, batizado de
Passa Rápido Francisco Morato-Consolação, que passará pela Rebouças e ocupará uma de suas
três faixas em cada sentido.
Das duas que sobrarem para os
demais veículos na maior parte da
avenida, uma, a da direta, sofrerá
novas interdições durante os próximos três meses, em razão das
obras de aterramento da fiação
aérea da avenida -com retirada
de postes de concreto e instalação
de fios subterrâneos-, que a gestão Marta Suplicy prometeu fazer
ao Condephaat (conselho estadual de defesa do patrimônio).
Oficialmente, a assessoria de
imprensa da CET (Companhia de
Engenharia de Tráfego) explica
somente que "está negociando
com as empresas envolvidas para
que essas obras sejam realizadas
preferencialmente à noite". A
companhia fala na interrupção de
meia faixa à direita -mas os técnicos admitem que a meia faixa
restante não é suficiente para a
passagem de um automóvel.
A Folha apurou que engenheiros da CET ficaram preocupados
com os impactos ao trânsito, às
vésperas das eleições, já que também serão inevitáveis as interferências no período diurno e a avenida estará numa fase de adaptação do corredor de ônibus. Na
prática, das três faixas, só uma ficará totalmente livre em todos os
trechos e horas para os carros.
Técnicos da administração petista chegaram a discutir a possibilidade de as obras de aterramento da fiação aérea serem postergadas para 2005. Diante das
críticas que sofreria por deixar essa pendência, a prefeitura manteve a decisão de fazer as instalações
subterrâneas dos fios em 2004,
para que esse trabalho esteja
pronto até novembro, junto com
a inauguração do túnel na esquina com a Faria Lima.
O corredor de ônibus da Rebouças, com a abertura programada
para agosto (a CET cogita fazer a
estréia no dia 14), vai beneficiar
diretamente 480 mil usuários, segundo a Secretaria Municipal dos
Transportes, e terá 10,3 km de extensão -ligando a rua da Consolação, no centro, ao distrito do
Campo Limpo, na zona sul.
Exigências
A construção do corredor de
ônibus na Rebouças enfrenta desde 2003 resistência e crítica de
moradores, que temiam uma decadência da região como a provocada anos atrás na avenida Nove
de Julho. Uma liminar obtida pelo
vereador Gilberto Natalini
(PSDB) chegou a suspender as
obras sob a alegação de que, por
passar dentro dos Jardins, bairro
tombado, os impactos do projeto
teriam de ser analisados pelo
Condephaat, para não descaracterizar a área.
O aterramento da fiação aérea, a
padronização das calçadas, a regulação da publicidade e um projeto de arborização foram medidas exigidas pelo conselho para
que a obra pudesse continuar.
A presidente do Movimento Rebouças Viva, Fernanda Bandeira
de Mello, condena a inauguração
do corredor antes da realização
dessas compensações, que, diz
ela, estão longe da conclusão.
A Emurb (Empresa Municipal
de Urbanização) afirma que não
há atraso, já que entregou ao Condephaat um cronograma com
prazos de até dois anos. Ela reconhece, porém, que haverá estreitamento de calçadas entre a Pedroso de Moraes e a Faria Lima
-outra crítica de moradores e
comerciantes. A empresa alega
que a largura de 2,5 metros que
será mantida é suficiente para a
circulação de pedestres.
O presidente do Condephaat,
José Roberto Melhem, diz que a
preocupação maior é garantir não
apenas que a prefeitura faça essas
compensações, "mas que faça do
jeito certo", "como ficou combinado". Ele cita as árvores que precisam ser colocadas nas calçadas
("e não só no canteiro central") e
a importância de a fiação aérea ser
removida e instalada de forma
que permita, no subterrâneo, a
manutenção desses sistemas.
Texto Anterior: Polícia: Protesto reúne no Rio mães de assassinados Próximo Texto: Avenida vai ganhar semáforo Índice
|