São Paulo, sábado, 31 de julho de 2004

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AMBIENTE

Metade dos municípios intimados a mostrar melhorias no setor não entregou relatório comprovando criação de aterros

Cidades mineiras não acabam com lixões

Jair Amaral/"Estado de Minas"
Catadores vasculham despojos em lixão de Caeté, Minas Gerais


THIAGO GUIMARÃES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Metade dos 798 municípios mineiros convocados pela Feam (Fundação Estadual do Meio Ambiente) para acabar com seus lixões, por meio da implantação de aterros controlados, até ontem não haviam apresentado relatório técnico para comprovação de melhorias nas áreas.
O prazo para envio da documentação terminou ontem. Os municípios em débito com a Feam serão autuados -as penalidades vão de advertência até multa de R$ 74 mil-, e terão até 30 de outubro de 2005 para execução das medidas previstas em norma de dezembro de 2001.
A norma impôs regras para minimizar o impacto ambiental dos lixões no Estado. Entre elas, a compactação e o recobrimento do lixo com terra ou entulho e a proibição da permanência de catadores nesses locais.
Os terrenos escolhidos para depósito do lixo, de acordo com a norma, deverão ter sistema de drenagem de água da chuva e manter distância de rios, núcleos populacionais, margens de estradas e áreas de erosão e de preservação permanente.
Segundo a Feam, a maior parte dos municípios que não cumpriram o acertado é de pequeno porte e responde por cerca de 10% do lixo produzido em Minas.
As 53 cidades mineiras com mais de 50 mil habitantes em área urbana, responsáveis por cerca de 50% do lixo gerado no Estado, tiveram até julho de 2003 para entrar com pedido de licença prévia (a primeira das três etapas do licenciamento ambiental) para construção de aterros sanitários. Apenas quatro cidades não cumpriram a determinação.
Os aterros sanitários devem ter coleta e tratamento para o chorume (líquido produzido na decomposição do lixo orgânico) e para o gás metano. Já os aterros controlados podem ser apenas lixões cobertos periodicamente com terra ou entulho.
Dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 2000, mostram que 228,4 mil toneladas de resíduos sólidos urbanos (o conceito não leva em conta resíduos de saúde, industriais perigosos e de portos e aeroportos) são coletadas por dia no país.
A destinação final inadequada dos resíduos sólidos urbanos ainda predomina no Brasil. Em 2000, 21 % do volume desses resíduos ia para lixões a céu aberto e 37%, para aterros controlados. Os destinos considerados adequados (aterros sanitários, reciclagem, incineração controlada e estações de triagem) representavam 40%.


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