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Governo demitirá presidente da Infraero e busca substituto
LETÍCIA SANDER
SHEILA D'AMORIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro da Defesa, Nelson
Jobim, decidiu mudar o comando da Infraero, hoje presidida pelo brigadeiro José Carlos Pereira, desgastado e criticado pela atuação durante a crise aérea. A substituição só não
havia sido efetivada até ontem
porque Jobim ainda procura
quem assuma o cargo.
No domingo, o ministro da
Defesa sondou Rossano Maranhão, ex-presidente do Banco
do Brasil. Mas a articulação, em
princípio, não deu certo. Maranhão, segundo assessores de
Lula, avisou que compromissos
firmados anteriormente o impediriam de assumir o cargo.
Não descartou, porém, a possibilidade de colaborar como
participante do conselho administrativo da empresa.
Segundo a Folha apurou,
Maranhão considerou que não
tinha o perfil adequado para
assumir a Infraero por acreditar que a empresa precisa, neste momento, de um especialista em malha aérea e não de alguém que sabe gerir banco.
Ele disse a amigos que a
abertura de capital da Infraero
-apontada como solução financeira e para melhorar a gestão da empresa- é algo para se
pensar depois. Primeiro, "o que
as pessoas querem é voar sem
longas esperas" e isso virá com
uma "resposta operacional e
não financeira".
Anac
Jobim conversou na manhã
de ontem reservadamente com
o presidente Lula e, depois,
participou da reunião de coordenação política do governo.
Fez um relato das primeiras
ações à frente do cargo que assumiu na última quarta. Normalmente, o ministro da Defesa não está presente nas reuniões de coordenação política.
Ontem, foi convidado por Lula.
Jobim decidiu também que,
por enquanto, a Anac (Agência
Nacional da Aviação Civil) fica
como está. O governo descartou pressionar por uma renúncia coletiva da diretoria da
agência por considerar que isso
atrapalharia mais do que ajudaria. A avaliação é de que a Anac
pode ser "enquadrada" com o
reforço do Conac (Conselho
Nacional de Aviação Civil), órgão composto por oito ministros e presidido por Jobim.
A idéia é que este conselho
dite as políticas para a aviação
no país - caberia à Anac aplicá-las.
Novo aeroporto
Anunciada como alternativa
para a redução dos vôos em
Congonhas, a idéia de construção de um novo aeroporto em
São Paulo não durou nem duas
semanas. Na reunião do conselho político do governo, Jobim
deixou claro que a solução caminha para a ampliação dos aeroportos de Cumbica (Guarulhos), e Viracopos (Campinas).
Segundo disse o ministro, a
Prefeitura de Guarulhos estima
em 5.000 o número de famílias
a serem removidas no entorno
de Cumbica. Jobim também relatou conversa com o governador José Serra (PSDB-SP) sobre a possibilidade de construção de um trem expresso ligando Cumbica à capital paulista.
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