São Paulo, terça-feira, 31 de julho de 2007

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Governo demitirá presidente da Infraero e busca substituto

LETÍCIA SANDER
SHEILA D'AMORIM

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, decidiu mudar o comando da Infraero, hoje presidida pelo brigadeiro José Carlos Pereira, desgastado e criticado pela atuação durante a crise aérea. A substituição só não havia sido efetivada até ontem porque Jobim ainda procura quem assuma o cargo.
No domingo, o ministro da Defesa sondou Rossano Maranhão, ex-presidente do Banco do Brasil. Mas a articulação, em princípio, não deu certo. Maranhão, segundo assessores de Lula, avisou que compromissos firmados anteriormente o impediriam de assumir o cargo.
Não descartou, porém, a possibilidade de colaborar como participante do conselho administrativo da empresa.
Segundo a Folha apurou, Maranhão considerou que não tinha o perfil adequado para assumir a Infraero por acreditar que a empresa precisa, neste momento, de um especialista em malha aérea e não de alguém que sabe gerir banco.
Ele disse a amigos que a abertura de capital da Infraero -apontada como solução financeira e para melhorar a gestão da empresa- é algo para se pensar depois. Primeiro, "o que as pessoas querem é voar sem longas esperas" e isso virá com uma "resposta operacional e não financeira".

Anac
Jobim conversou na manhã de ontem reservadamente com o presidente Lula e, depois, participou da reunião de coordenação política do governo. Fez um relato das primeiras ações à frente do cargo que assumiu na última quarta. Normalmente, o ministro da Defesa não está presente nas reuniões de coordenação política. Ontem, foi convidado por Lula.
Jobim decidiu também que, por enquanto, a Anac (Agência Nacional da Aviação Civil) fica como está. O governo descartou pressionar por uma renúncia coletiva da diretoria da agência por considerar que isso atrapalharia mais do que ajudaria. A avaliação é de que a Anac pode ser "enquadrada" com o reforço do Conac (Conselho Nacional de Aviação Civil), órgão composto por oito ministros e presidido por Jobim.
A idéia é que este conselho dite as políticas para a aviação no país - caberia à Anac aplicá-las.

Novo aeroporto
Anunciada como alternativa para a redução dos vôos em Congonhas, a idéia de construção de um novo aeroporto em São Paulo não durou nem duas semanas. Na reunião do conselho político do governo, Jobim deixou claro que a solução caminha para a ampliação dos aeroportos de Cumbica (Guarulhos), e Viracopos (Campinas).
Segundo disse o ministro, a Prefeitura de Guarulhos estima em 5.000 o número de famílias a serem removidas no entorno de Cumbica. Jobim também relatou conversa com o governador José Serra (PSDB-SP) sobre a possibilidade de construção de um trem expresso ligando Cumbica à capital paulista.


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