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Cumbica tem filas e atrasos no 1º dia da nova malha aérea
À tarde já não havia vagas no estacionamento do aeroporto, e passageiros esperavam duas horas para fazer o check-in
Empresas aumentaram o
número de guichês para
embarque em Guarulhos,
mas filas passavam de cem
metros no início da noite
JOHANNA NUBLAT
WILLIAN VIEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O primeiro dia de implantação da nova malha aérea gerou
filas e reclamações de passageiros nos check-ins e lotou o estacionamento do aeroporto de
Cumbica. Tudo isso foi reflexo
da transferência de mais de 50
vôos de Congonhas, na zona sul
de São Paulo, para o aeroporto
de Guarulhos (Grande SP).
Por volta das 16h de ontem
praticamente não havia vagas
no estacionamento de Cumbica -que comporta 3.098 carros, segundo a Infraero, estatal
que administra os aeroportos.
Veículos estacionavam nas
curvas das vias e até num canteiro de obras. A média de automóveis por dia, que era de
5.482 em maio, saltou para
7.459 nos 25 primeiros dias de
julho. A previsão é que esse número suba ainda mais.
"Estou dando voltas há dez
minutos e não acho vaga", disse
a aposentada Rosana Zacarias.
A demora também foi sentida nas filas do check-in. Alguns
passageiros chegaram quatro
horas antes para evitar atrasos.
Balanço da Infraero divulgado às 18h de ontem informava
que 31 dos 274 vôos previstos
até o horário estavam atrasados. Outros quatro haviam sido
cancelados.
Guichês
Por conta da transferência de
52 vôos de Congonhas a Cumbica, o Conac (Conselho Nacional de Aviação Civil) havia decidido implantar algumas mudanças nos aeroportos.
Em Cumbica, as companhias
aéreas tiveram que readequar
sua infra-estrutura. A TAM,
que ocupava 42 guichês na área
de embarque, passou a ocupar
oito a mais, nos quais trabalhavam 30 novos funcionários
desde ontem.
A empresa também transferiu parte dos equipamentos
que utilizava em Congonhas:
um rebocador, uma escada motorizada, 12 carretas para bagagem, quatro escadas rebocáveis
e três esteiras para porão.
A Gol transferiu seus guichês
do terminal 1 para o 2 e passou
a ocupar o espaço antes destinados à Varig. Desde ontem,
opera com 16 novos balcões, totalizando 42.
A Varig informou que não
modificou a estrutura em
Cumbica porque não teve vôos
transferidos para Guarulhos.
Segundo a Infraero, a mudança dos balcões da Gol visa
reduzir o fluxo e o congestionamento de passageiros, já que
eles eram vizinhos aos da TAM.
Às 20h, a fila no balcão da Gol
atingia cem metros, e o atendimento levava cerca de duas horas. Havia confusão também
nas esteiras de bagagens no desembarque. Malas de cinco
vôos chegaram a ser colocadas
na mesma esteira.
Os hotéis próximos a Cumbica já sentiram o aumento da
procura pelo aeroporto. A ocupação atual do Hotel Matiz
Guarulhos é de 99,8% -no
mesmo período do ano passado, era de 48%.
O hotel da rede Marriott,
próximo a Cumbica, também
sentiu o aumento na procura
por quartos. Desde o acidente, a
ocupação subiu 15%.
Na contramão dos hotéis estão os taxistas. Após quase duas
semanas de grande movimento
em Cumbica, a cooperativa de
táxis que opera no aeroporto, a
Guarucoop, afirmou que pretende reduzir o número de carros em serviço de 653 para 586.
Nos quatro dias que se seguiram ao acidente com o avião da
TAM, a cooperativa chegou a
realizar 3.000 corridas por dia
-quando o normal era realizar
cerca de 2.000.
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