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DESLOCADO
Hoje ele cuida de uma creche em São Paulo
Neurocirurgião não quer integrar unidade
da Reportagem Local
O neurocirurgião Jair Urbano
da Silva, 47, não quis participar
do PAS quando o sistema foi
criado, em 96. Urbano, que trabalhava no Hospital Jabaquara,
hoje cuida de uma creche na Cidade Ademar (zona sul). Ele não
pensa em integrar uma Unidade
Básica de Saúde. "Prefiro continuar onde estou."
Exemplos como esse mostram
a dificuldade que a Secretaria
Municipal da Saúde enfrentará
para recuperar os 12.251 funcionários que estão em desvio de
função porque se negaram a aderir ao PAS. Segundo o secretário
Pagura, todos serão convocados
para assumir postos nas Unidades Básicas de Saúde que deixam
de ser administradas por cooperativas para voltarem à gestão direta da prefeitura. Até o final do
ano, 70 UBSs estarão nessa condição. "Os servidores estão sendo chamados gradualmente e
são obrigados a voltar", diz.
Resposta de Silva: "O que um
neurocirurgião vai fazer em um
posto de saúde? Voltaria correndo para ser neurocirurgião de
um pronto-socorro ou de um
hospital", diz.
Ele acha que o novo sistema
não muda a sua situação. "Eu e
outros médicos temos mão-de-obra superespecializada e vamos
continuar sem exercer a nossa
especialidade. Isso é desperdício
de mão-de-obra."
Em 96, quando não aceitou integrar o PAS, Urbano foi transferido para a Usina de Asfalto Barra Funda, onde ficou seis meses,
trabalhando como médico do
trabalho. Depois, foi para a Secretaria de Administração. "Fui
participar de um projeto de criação de um laboratório que nunca
se concretizou", diz.
Hoje, Urbano presta assistência, em 20 horas semanais, às
crianças e aos funcionários da
creche. "Faço um trabalho ambulatorial", diz. Ele exerce sua
função como neurocirurgião em
seu consultório particular e em
hospitais privados.
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