FÁBIO GUIBU
da Agência Folha, em Recife

A Corregedoria da Polícia Militar de Pernambuco abriu inquérito ontem para investigar a morte de dois policiais da corporação, assassinados na noite de anteontem em Camaragibe, região metropolitana de Recife.
As vítimas -os soldados José Adilson Jordão, 30, e Valdileno Viana Guedes, 30- receberam cerca de cinco tiros na cabeça cada, disparados por quatro homens que interceptaram o carro em que estavam.
Jordão e Guedes haviam sido liberados cerca de uma hora antes do Centro de Reeducação da PM -uma espécie de presídio para policiais infratores-, onde cumpriam pena por insubordinação.
Eles haviam sido condenados a um ano de detenção, mas foram liberados após cumprir metade da pena, por força de habeas corpus obtido por seus advogados.
A viúva de Jordão, Maria Ladjane Melo, disse que o marido sempre lhe dizia que corria risco de vida. "Ele dizia que iriam tentar matá-lo assim que saísse do centro." Segundo Maria, Jordão nunca contou quem o ameaçava.
A PM investiga a possibilidade de o crime ter sido cometido por integrantes da própria corporação, segundo denúncia feita por ex-companheiros das vítimas no centro de reeducação.
Outras hipóteses para os homicídios são o suposto envolvimento dos soldados com o tráfico de drogas e uma eventual vingança motivada por brigas internas no presídio dos militares.
As únicas pistas que a polícia tem até agora são as declarações da mãe e da irmã de Guedes, que estavam no banco de trás do carro em que viajavam os policiais.
Os soldados retornavam para casa quando foram interceptados por uma moto e um Gol. Quatro homens desceram dos veículos e dispararam cerca de 20 tiros.
Outro policial punido, José Basílio do Nascimento, também foi liberado anteontem do centro de reabilitação, mas está escondido, com medo de morrer.


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