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São Paulo, domingo, 31 de agosto de 2003

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Mau uso leva a fadiga muscular

DA REPORTAGEM LOCAL

O uso inadequado de produtos para estimular a musculatura da vagina pode levar à fadiga muscular do local e, em casos extremos, piorar um quadro de incontinência urinária. O alerta é da fisioterapeuta Gabriela Olbrich de Souza, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
"Com a musculatura tensa, a mulher pode desaprender a urinar", afirma. Ela diz que tanto a utilização dos cones plásticos quanto do perineômetro -aparelho que mede a pressão da vagina-, outro produto vendido nos sex shops, deve ser criteriosa, para casos específicos e sob acompanhamento de um especialista.
A enfermeira Regiane Glashan, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), especializada em reabilitação do assoalho pélvico, tem ressalvas sobre a venda desses produtos nas butiques eróticas, especialmente sob o aspecto da qualidade. "É preciso conhecer o tipo de material. Avaliar se não é tóxico e se não vai soltar substâncias dentro do canal vaginal", diz.
Segundo Glashan, os cones plásticos para os exercícios vaginais eram importados, vendidos ao preço de US$ 300, em uma caixa com cinco unidades, cada uma com pesos diferentes, para cada etapa do tratamento.
Acontece que, nos últimos anos, devido ao preço elevado, os representantes brasileiros deixaram de importar os cones e produtos parecidos começaram a ser vendidos nos sex shops. "Mas não existe similar confiável."
Glashan alerta também sobre o perigo do uso inadequado dos vibradores de clitóris. "Estímulos frequentes e intensos podem levar a traumatismos na uretra. Não sou contra o prazer, mas é preciso buscá-lo com bom senso", afirma ela.
Segundo as terapeutas, além do tratamento da incontinência urinária, o fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico pode auxiliar as gestantes a recuperar o períneo no pós-parto.


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